Em comunicado, o PS, que no sábado anunciou que Manuel Pizarro vai ser o candidato socialista à Câmara do Porto, justifica a entrega dos pelouros com a “decisão tomada pelo presidente da Câmara do Porto, que rejeitou o apoio do PS para o próximo ciclo autárquico”.
O executivo da Câmara do Porto é composto por 13 elementos: seis da lista independente de Rui Moreira, três eleitos pelo PSD (um deles tem o pelouro da Economia), três do PS (dois detinham pelouros desde o início do mandato na sequência de um acordo pós-eleitoral com Moreira) e um da CDU.
“Em face da decisão de Rui Moreira, e da natural decisão do PS de apresentar uma candidatura própria às próximas eleições autárquicas, os vereadores socialistas consideram que, por imperativo ético, não devem manter os pelouros que lhe foram atribuídos”, esclarece o PS, em comunicado hoje divulgado.
Acrescentam os socialistas que “no entanto, Manuel Pizarro, Manuel Correia Fernandes e Carla Miranda (vereadora socialista sem pelouro) reafirmam o seu pleno compromisso com a cidade. Assim, exercerão, até ao fim do mandato, o cargo para o qual foram eleitos, sempre com a mesma postura construtiva que até agora revelaram”.
O PS destaca que “ao longo destes quase quatro anos, os vereadores socialistas trabalharam com enorme dedicação e empenho, executando sempre o programa acordado entre as duas candidaturas e defendendo, ininterruptamente, os interesses da cidade e dos portuenses”.
Manuel Pizarro, que em 2013 liderou a candidatura do PS à Câmara do Porto, anunciou no sábado que é o candidato socialista à autarquia nas eleições autárquicas de outubro.
A decisão do PS de avançar com um candidato próprio à Câmara do Porto surgiu um dia após o movimento independente de Rui Moreira – Porto, O Nosso Partido ter anunciado que prescindia do apoio dos socialistas à recandidatura do autarca.
A Comissão Política do movimento independente Rui Moreira – Porto, O Nosso Partido anunciou na sexta-feira que, “nas condições atuais, não aceita o apoio do PS” à recandidatura do autarca, recusando “condicionalismos, porque isso coloca em causa a independência da candidatura”.
Fonte da comissão política do movimento explicou que a decisão surgia na sequência de declarações da secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, que na quarta-feira afirmou, em entrevista ao Observador, que uma vitória de Rui Moreira seria “uma vitória do PS”.
Em entrevista à SIC, Rui Moreira afirmou na sexta-feira à noite que pretendia contar com o socialista Manuel Pizarro na sua lista de recandidatura, mas nunca numa segunda posição.
Apesar de não fechar em definitivo a porta a uma manutenção do apoio do PS, o autarca criticou os socialistas por, pela voz da sua secretária-geral-adjunta, ter tentado “fazer crer que há uma coligação informal” entre o PS e o movimento independente que apoia Rui Moreira.
Questionado sobre se pretendia incluir na sua lista Manuel Pizarro, Rui Moreira disse esperar contar com ele “pela competência, pelo seu desempenho, não por ser dirigente ou militante socialista”.
Rui Moreira foi eleito presidente da Câmara do Porto em 2013, alcançando lugar para seis elementos da lista independente com que se apresentou na corrida eleitoral, com o apoio do CDS.
O autarca fez um acordo pós-eleitoral com o PS com vista a garantir a governabilidade da cidade, atribuindo pelouros a dois dos três vereadores socialistas: Manuel Pizarro, líder da Federação Distrital do PS, teve a cargo o pelouro da Habitação e Ação Social e Manuel Correia Fernandes o do Urbanismo.
Sem pelouro ficou a vereadora socialista Carla Miranda.
Em julho de 2016, Moreira delegou o pelouro da Economia em Ricardo Valente, um independente eleito pela lista do PSD.
Rui Loza é o único dos vereadores da lista do independente que não tem qualquer pelouro atribuído.
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