No primeiro dia da Universidade de Verão, promovida pelo Departamento Federativo das Mulheres Socialistas (DFMS) da FAUL, José Sócrates foi orador num painel onde, apesar do tema ser "Política Externa e Globalização", não deixou a atualidade nacional de fora e falou até do novo imposto com incidência em património imobiliário de elevado valor, cuja polémica ganhou maior dimensão após a intervenção da deputada bloquista Mariana Mortágua numa conferência do PS, no sábado passado.
"Acho absolutamente inacreditável que a sociedade e os comentaristas nas televisões rebolem de fúria [com este anúncio]. Não posso deixar de me pôr ao lado dela quando vejo tantas críticas quando é uma proposta tão modesta e até tão insignificante quanto a dizer: vamos taxar um pouco mais aqueles?", disse.
O ex-primeiro-ministro questionou o que é que Mariana Mortágua - "uma das vozes mais interessantes no espaço público" - "propôs de especial" dada "a berraria da direita".
"Ela nem propôs nacionalizações, nem pôs em causa nenhum direito constitucional", defendeu, assumindo a "alguma estupefação" com toda esta polémica.
Na opinião de Sócrates, "fazer um ajustamento na política fiscal taxando mais o património" é, "apesar de tudo, razoável" e possível de discutir, mas defendeu que "o que o país precisa é de investimento público, não de mexer aqui ou ali nos impostos".
"O que me espanta é que veja pela primeira vez esta situação absolutamente curiosa de ver um Governo socialista atacado pela direita com a direita a dizer devíamos fazer mais investimento público", acusou.
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