Num artigo publicado hoje no Jornal de Notícias, José Sócrates justificou a sua saída do PS com a necessidade de acabar com um “embaraço mútuo”, após críticas da direção que, na sua opinião, ultrapassaram os limites do aceitável.

Em declarações aos jornalistas à margem da apresentação de um relatório sobre educação de adultos, Vieira da Silva salientou que "o PS é um partido de pessoas livres que emitem as suas opiniões" e que "seria hipocrisia" não admitir que as acusações contra Sócrates "sensibilizam, tocam e preocupam" o partido.

José Sócrates, 60 anos, é o principal arguido na Operação Marquês, em que está acusado de vários crimes económico-financeiros, incluindo corrupção e branqueamento de capitais.

Vieira da Silva, que acompanhou Sócrates em dois governos, defendeu que é preciso "manter a distinção essencial entre poder judicial e outras áreas" e afirmou esperar que o desenlace do processo judicial "traga ao de cima a verdade e se aja em conformidade", com "a maior rapidez possível".

Quanto à decisão de José Sócrates, que este "explicou nos termos que entendeu", tem de ser respeitada, disse.

Sócrates aderiu ao PS em 1981, e foi secretário-geral do partido entre 25 de setembro de 2004 e 06 de junho de 2011.

Em 2005, obteve a primeira maioria absoluta do PS em eleições legislativas e foi primeiro-ministro até 2011, depois de o seu Governo ter pedido ajuda financeira ao Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu.