A informação de que Sócrates vai ser interrogado novamente, na segunda-feira à tarde, no âmbito da "Operação Marquês", foi avançada hoje pela SIC, depois de o jornal Expresso, também do grupo Impresa, noticiar que o Ministério Público (MP) conta interrogar o ex-primeiro-ministro uma terceira e última vez para o confrontar com novos elementos do processo e antes de deduzir acusação contra ele por corrupção e outros crimes no prazo anunciado pela Procuradoria-Geral da República (17 de março).
Escreve o jornal que a acusação e acredita ter provas "robustas" para acusar o ex-primeiro-ministro de corrupção. Segundo o semanário, os procuradores acreditam que Sócrates foi corrompido por 23 milhões de euros.
Contactado pela agência Lusa, João Araújo, advogado de José Sócrates juntamente com Pedro Delille, precisou que a defesa foi notificada pelo MP para comparecer no interrogatório de segunda-feira no DCIAP, tendo o MP pedido aos advogados que notificassem o próprio ex-primeiro-ministro da diligência marcada.
O ex-primeiro-ministro foi detido a 21 de novembro de 2014, no aeroporto de Lisboa, indiciado pelos crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para ato ilícito e esteve preso preventivamente 288 dias e 42 dias em prisão domiciliária.
A ‘Operação Marquês’, cujo principal arguido é o ex-primeiro-ministro José Sócrates, conta agora com 25 arguidos – 19 pessoas e seis empresas, quatro das quais do Grupo Lena.
Entre os arguidos estão o ex-administrador da CGD e antigo ministro socialista Armando Vara, Carlos Santos Silva, empresário e amigo do ex-primeiro-ministro, Joaquim Barroca, empresário do grupo Lena, João Perna, antigo motorista do ex-líder do PS, Paulo Lalanda de Castro, do grupo Octapharma, Henrique Granadeiro e Zeinal Bava, ex-administradores da PT, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e os empresários Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro e o empresário luso-angolano Hélder Bataglia.
Dois anos após o início do inquérito, que a 20 de novembro de 2014 fez as primeiras detenções, a investigação do Ministério Público continua sem que exista acusação ou arquivamento, estando prevista uma decisão para 17 de março.
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