“No dia 08 de junho, entra em vigor um novo horário, o qual será praticado até ser retomada a normalidade de serviço nesta ligação fluvial”, refere a empresa numa mensagem divulgada no seu sítio oficial na internet.
Desde o dia 10 de maio que as ligações fluviais entre Barreiro e Lisboa têm registado várias perturbações devido à falta de mestres, situação que se mantém no dia de hoje, com várias carreiras a serem suprimidas.
O cenário piorou com a paralisação parcial em dois dias, no final da semana passada, e com a greve às horas extraordinárias, que se iniciou na quinta-feira, dia 23, e deve prolongar-se até ao final do ano.
Está já prevista uma nova paralisação parcial, de três horas por turno, entre 03 e 07 de junho, que deve afetar as horas de ponta da manhã e tarde.
A empresa refere ainda que, devido à “insuficiência de mestres para cumprimento do horário em vigor”, vão ser suprimidas várias carreiras na quarta-feira, dia 29.
Na ligação entre Barreiro e Lisboa vão ser suprimidas as carreiras das 14:25, 14:55, 16:20, 17:10, 18:00, 18:50 e 19:50, enquanto no sentido inverso vão ser suprimidas as carreiras das 14:55, 15:20, 16:45, 17:35, 18:25, 19:15 e 20:15.
“Mais informamos que já se encontra a decorrer o concurso interno para recrutamento e seleção de novos mestres”, frisa a empresa.
O secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade afirmou hoje que os mestres da Soflusa querem uma vantagem salarial apenas para a sua categoria e não estão a cumprir o acordado.
“Estive hoje a desenvolver contactos informais para ver as possibilidades que temos para resolver o problema e perceber melhor o que está a acontecer. Existe uma categoria que está em greve e que pretende obter uma vantagem salarial apenas para essa categoria”, disse à Lusa José Mendes, acrescentando que o estão a fazer “à revelia” dos acordos salariais assinados entre as partes e válidos até ao final deste ano.
O secretário de Estado defendeu que os mestres já têm um prémio de chefia e que querem esse prémio “fortemente valorizado”.
Os mestres da Soflusa, num comunicado divulgado na sexta-feira, responsabilizaram a empresa pelo conflito laboral e lamentam as críticas de que estão a ser alvo.
Os mestres realçam que estão 17 pessoas “a fazer o trabalho de 24” e que o anúncio da entrada de quatro mestres é já uma vitória, mas continuam a faltar funcionários, entre eles marinheiros, que fazem parte da tripulação.
Os profissionais referem ainda que ganham “pouco mais de mil euros” e querem aumento do prémio de chefia.
“Sabemos e temos consciência que muitos de vós não ganham este valor, mas como referimos, pelas funções e responsabilidades que temos a bordo e pelo que outras empresas do mesmo setor abonam aos seus funcionários, garantimos que é pouco”, acrescentam.
Os mestres consideram que o prémio de chefia que auferem, 49,44 euros mensais, é baixo, pelo que deve ser aumentado.
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