“Os factos e a gravidade de tudo a que temos assistido (...) leva-me a dizer que é absolutamente fundamental que tanto o conselho de administração da SAD como a direção do Sporting se demitam o mais rapidamente possível”, disse José Maria Ricciardi, em entrevista à SIC Notícias, considerando que a convocação de uma Assembleia Geral é insuscetível de ultrapassar o atual momento do clube.

Para o banqueiro e antigo apoiante do atual presidente do Sporting, que falava na sequência das agressões a futebolistas do Sporting registadas na terça-feira na Academia de Alcochete, se Bruno de Carvalho não tomar a iniciativa de se afastar, devem ser os restantes membros da direção a fazê-lo “por sportinguismo”.

“Quem pode resolver esta situação rapidamente são os próprios membros da direção, demitindo-se e eu acho que eles o devem fazer por sportinguismo” e porque, disse, “se houver problemas muito graves patrimoniais no Sporting não responderão por eles, só o presidente” – “e eu espero que eles tenham isso em consideração”, vincou.

José Maria Ricciardi alertou ainda para a atual situação “extremamente perigosa” para o futuro do Sporting do ponto de vista reputacional e patrimonial, nomeadamente a possibilidade de no atual contexto alguns jogadores decidirem rescindir os seus contratos com o clube, podendo afetar os cofres do Sporting em “não menos de 100 milhões de euros”.

Para José Maria Ricciardi, uma das soluções para a atual situação poderá ser a nomeação de “uma comissão de gestão que vá preparando as eleições e possa assegurar a resolução desta situação, que é muito grave”.

Relativamente à possibilidade de ser candidato à presidência do Sporting, o banqueiro afirmou: “Não sei se serei ou não, não é esse o meu projeto de vida, mas também não dizer perentoriamente que não serei (...). Nessa altura [de eleições] tomarei uma decisão. Mas desde já digo que acho pouco provável ser candidato (...). Irei refletir sobre essa possibilidade e irei refletir quem é o melhor candidato”.

Na terça-feira, cerca de 50 pessoas, de cara tapada, alegadamente adeptos ‘leoninos’, invadiram a Academia de Alcochete e, depois de terem percorrido os relvados, chegaram ao balneário da equipa principal, agredindo vários jogadores, entre os quais Bas Dost, Acuña, Rui Patrício, William Carvalho, Battaglia e Misic, o treinador Jorge Jesus e outros membros da equipa técnica.

Na sequência da invasão à Academia ‘leonina’, a GNR deteve 23 suspeitos, apreendeu cinco viaturas ligeiras, vários artigos relacionados com os crimes e recolheu depoimentos de 36 pessoas, entre jogadores, equipa técnica, funcionários e vigilantes ao serviço do clube.

Os detidos foram hoje identificados e ficaram a conhecer os factos que lhe são imputados no tribunal do Barreiro e vão começar a ser ouvidos por um juiz de instrução criminal na quinta-feira.

Na terça-feira, a equipa principal do Sporting deveria ter cumprido o primeiro treino da semana, depois da derrota no terreno do Marítimo (2-1), que relegou a equipa para o terceiro lugar da I Liga, iniciando a preparação para a final da Taça de Portugal, no domingo, frente ao Desportivo das Aves.

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