Pedro Dias entregou-se na terça-feira à noite às autoridades e, em direto na RTP, foi visível estar algemado e a entrar num carro da polícia, que o transportou para as instalações da Polícia Judiciária (PJ) da Guarda.
Da PJ, onde chegou pelas 00:00 de terça-feira, foi conduzido para o Estabelecimento Prisional daquela cidade, cerca das 03:00 de hoje, onde permanecerá até ser ouvido por um juiz de instrução criminal.
Em declarações na Guarda à agência Lusa e à RTP, os advogados Mónica Quintela e Rui Silva Leal, que representam o alegado homicida, falaram das circunstâncias da detenção de Pedro Dias e de como se encontra física e emocionalmente.
"Ele está sereno. A decisão de se entregar era uma decisão, tanto quanto percebi, e mal fomos contactados para isso, que estava presente", disse Mónica Quintela.
A advogada explicou que "não o fez antes porque não houve condições para o fazer, porque lhe foi montada uma autêntica caça ao homem e havia um risco muito premente, muito efetivo, de ser baleado, de ser abatido. Por isso, a entrega teve que ser desta forma, rodeado de todas as cautelas, de forma que a detenção pudesse ser feita sem quaisquer problemas e sem que envolvesse qualquer risco".
A forma como decorreu a sua entrega às autoridades foi a única que existia "de total segurança de preservar a integridade física do senhor Pedro Dias e [para] que ele pudesse ser entregue à PJ para que agora a justiça possa prosseguir os seus trâmites legais", acrescentou.
O advogado Rui Silva Leal disse à Lusa e à RTP que Pedro Dias "apresenta-se bem fisicamente, portanto, não tem qualquer problema físico, aparentemente, pelo menos", enquanto "emocionalmente está em baixo, como é de compreender".
"Sobretudo a caça ao homem que foi feita, foi muito complicada. Isso perturbou-o muito e ele não tem acesso à comunicação, portanto ele não estava a perceber muito bem tudo o que se passou", justificou Mónica Quintela.
Pedro Dias esteve cerca de três horas nas instalações da PJ da Guarda, para onde foi conduzido após a detenção em Arouca, dando depois entrada na cadeia daquela cidade de onde, "em princípio", só sairá na quinta-feira para o tribunal.
Na PJ, foi sujeito a questões processuais, como a constituição de arguido, a leitura dos deveres e dos direitos e "todas as formalidades próprias para este caso", segundo Mónica Quintela.
Durante a estadia na PJ "foi muito bem tratado" com "toda a urbanidade, com toda a serenidade, com toda a tranquilidade", referiu.
Os advogados de Pedro Dias vão estar presentes no primeiro interrogatório judicial de arguido detido.
Pedro Dias entregou-se às autoridades às 19:00 de terça-feira, a escassos metros da Câmara Municipal de Arouca e perto da casa dos pais.
O suspeito, conhecido como "Piloto", estava desaparecido desde 11 de outubro, data em que dois militares da GNR foram atingidos a tiro, em Aguiar da Beira, no distrito da Guarda. Um morreu e outro ficou ferido.
Na mesma madrugada, um homem morreu e a mulher ficou gravemente ferida, também alvejados a tiro na viatura em que seguiam, em São Pedro do Sul, no distrito de Viseu.
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