Entre os sete arguidos estão dois agentes da PSP que, à data dos factos, em janeiro de 2017, eram armeiros, disse à Lusa fonte ligada ao processo.

Atualmente, os dois agentes, que chegaram a ser suspensos, exerciam outras funções dentro da Polícia.

A mesma fonte explicou à Lusa que, em setembro, o processo disciplinar contra os dois agentes responsáveis pela listagem das armas foi suspenso devido ao processo crime aberto pelo Ministério Público.

O advogado Santos Oliveira, defensor dos dois agentes alegadamente envolvidos no furto de 57 armas Glock 9mm, lamentou à agência Lusa “o alarido feito com a detenção” dos seus clientes de dos restantes suspeitos, dizendo que foi criado um "inusitado alarme social".

“O Ministério Público provoca propositadamente um alarme social inusitado ao divulgar as diligências de um processo. Há um vício das regras do Estado de direito”, criticou o advogado.

Para Santos Oliveira, “esta não é uma boa forma de administrar justiça”, defendendo que “a justiça realiza-se melhor no silêncio”.

“Faz-se e depois diz que se fez. Assim é que os cidadãos têm a garantia que a justiça funciona”, acrescentou.

A PSP destacou 150 agentes para a operação “ferrocianeto” tendo realizado 14 buscas domiciliárias e quatro buscas não domiciliárias.

A operação decorreu nos concelhos de Vila Nova de Gaia, Gondomar, Mafra, Abrantes, Alvaiázere, Sintra, Cascais, Oeiras, Lisboa, Almada e Albufeira e no total foram detidas sete pessoas, alegadamente envolvidas no furto de armas e mais duas pela posse de objetos proibidos.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, no decurso das operações foram apreendidas diversas armas, munições, material informático e equipamento de telecomunicações.

Uma fonte ligada ao processo disse à agência Lusa que um dos suspeitos hoje detido pela PSP está relacionado com o processo do furto das armas de Tancos.

No caso do furto das armas da PSP, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, disse no parlamento a 17 de outubro que haviam sido recuperadas oito das 57 Glock desaparecidas “em operações distintas, sem nenhuma característica comum entre as mesmas.

O ministro avançou que quatro armas foram recuperadas em Espanha, três na Andaluzia e uma Ceuta, e outras quatro em Portugal.