O esclarecimento surge depois de Augusto Santos Silva ter anunciado em comissão parlamentar que Portugal suspendeu a autorização de vistos a cidadãos do Irão por questões de segurança, sem, contudo, explicar as razões da decisão.
Numa nota emitida ao final do dia de hoje, o chefe da diplomacia portuguesa justifica o esclarecimento “para que não haja interpretações erróneas desse facto”.
Segundo Augusto Santos Silva, “as razões de segurança prendem-se com as condições de funcionamento da secção consular” da Embaixada de Portugal em Teerão que “estão a ser identificadas e corrigidas” e, uma vez ultrapassadas, “possibilitarão a retoma do seu funcionamento, tão brevemente quanto possível”.
“A suspensão das atividades da secção consular compreende todas as atividades, não se dirigindo especificamente à emissão de vistos para cidadãos iranianos (ou dos outros países cobertos pelo posto) em viagem para Portugal”, refere ainda.
A nota explica que “a suspensão é uma decisão cautelar das autoridades portuguesas, para melhorar a segurança do seu posto consular e em nada resulta de uma avaliação sobre as condições gerais de segurança na República do Irão, ou qualquer outro aspeto de natureza institucional ou política”.
“A suspensão é temporária, pelo mais breve prazo possível, e, enquanto durar, procurar-se-ão meios alternativos para a emissão dos documentos indispensáveis à circulação de pessoas”, acrescenta.
Portugal suspendeu a autorização de vistos a cidadãos do Irão por questões de segurança, admitiu hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros.
“Sim, suspendemos [os vistos a cidadãos do Irão] por razões de segurança”, afirmou Augusto Santos Silva em resposta a uma questão colocada pelo deputado do CDS-PP João Gonçalves Pereira.
O ministro pediu, no entanto, para não explicar a razão enquanto a comissão parlamentar estiver a decorrer na presença da comunicação social, garantindo que daria “todas as explicações” no final da sessão, à porta fechada.
Questionado no final da audição, o ministro dos Negócios Estrangeiros adiantou a suspensão dos vistos "é temporária" e garantiu que a decisão "não tem nada a ver com a qualidade das relações bilaterais de Portugal com Teerão".
"Foi uma suspensão temporária - que esperamos retomar num prazo muito curto de tempo - do trabalho da nossa secção consular na embaixada em Teerão", explicou Santos Silva, acrescentando que esta "não foi a primeira vez que aconteceu nem será a última".
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