“Evidentemente, continuaremos a apostar nos três vetores que enunciámos, então, há quatro anos: na cultura, na economia, na coesão social. Mas, a sustentabilidade será um novo pilar, o nosso quarto pilar para os próximos quatro anos”, afirmou Rui Moreira.

Será, disse o candidato, “um pilar transversal aos outros três, com incidência em domínios como o ambiente, a mobilidade, o reequilíbrio entre as várias zonas da cidade, a limpeza, as políticas ambientais, a sensibilização para as boas práticas e o civismo. Na verdade, esse quarto pilar não nasce hoje. Ele representa o enunciar de várias políticas que fomos já desenvolvendo e articulando durante o presente mandato”.

O lançamento formal da candidatura do movimento independente “Rui Moreira, Porto o Nosso Partido” decorreu na Avenida das Tílias do Palácio de Cristal e contou com a presença de todos os candidatos independentes aos diferentes órgãos autárquicos.

“Neste tempo de mudança, temos de ir mais longe. A transformação da cidade exige novas políticas. Necessitamos de garantir a sustentabilidade social, o que passa por dar continuidade às políticas ativas em habitação social e no apoio à rede… mas que tem de ter uma nova dinâmica na atração e fixação de cidadãos na cidade do Porto”, afirmou.

Segundo Rui Moreira, “o crescimento económico proporciona um aumento da procura. E isso é positivo, na medida em que acelera a reabilitação do edificado, consolida a atividade comercial e os serviços”.

Mas, reconheceu, “é uma dinâmica que pode resultar numa força centrífuga, comum a muitos grandes centros, e que pode levar a que a população autóctone procure, por necessidade e não por conveniência ou vontade, resolver as suas necessidades de habitação na periferia”.

“Este é o preço do sucesso. Um preço que uma cidade com Contas à Moda do Porto pode resolver. Até porque o desejável aumento do mercado imobiliário não é acompanhado, à mesma velocidade, pelo incremento do rendimento disponível das famílias, num cenário de elevada tributação que se irá manter nos próximos anos”, referiu o candidato.

Por isso mesmo, sublinhou que “a sustentabilidade passará por políticas ativas, nomeadamente no domínio da habitação, que não se podem concentrar apenas no setor social”.

Rui Moreira defendeu que “é indispensável garantir que exista um mercado de arrendamento na cidade, a preços acessíveis para a classe média, para as famílias numerosas, para os jovens” e que isso “implicará novas políticas municipais que não se podem esgotar em incentivos ou isenções fiscais”.

“É por isso mesmo que já anunciei que a futura taxa turística, que pretendo implementar, terá como objetivo garantir as receitas indispensáveis para este investimento em habitação a ser arrendada a preço controlado”, disse.

A este propósito, referiu que “é também necessário implementar, ao nível do PDM, um conjunto de opções políticas que permitam, em zonas bem definidas, aumentar a densificação, única forma de reduzir o custo da habitação e de concorrer com a periferia, onde o preço do metro quadrado edificado é muito mais baixo”.

“Na habitação social, independentemente do esforço continuado na modernização e restauro dos bairros existentes, é indispensável reconhecer as necessidades da população sénior (…)”, afirmou.

Para o acompanhar, Rui Moreira disse ter escolhido “uma equipa jovem, muito jovem, para os próximos quatro anos. Uma equipa em que quase todos os candidatos a vereadores têm menos de 50 anos, mas com provas dadas e com um notável currículo e experiência mesmo autárquica”.

Rui Moreira, empresário, 60 anos, foi o primeiro independente eleito presidente da Câmara do Porto e recandidata-se a um segundo mandato, com o apoio formal do CDS, que prescindiu de candidato próprio.

Eleito com 39,25% dos votos em 2013, o independente assegurou a governabilidade da cidade com um acordo pós-eleitoral com o PS. Elegeu seis vereadores, ficando a um mandato de obter maioria absoluta. Venceu também a eleição para a Assembleia Municipal e em cinco das sete juntas de freguesia.

Na corrida à câmara do Porto, para as eleições de 01 de outubro, somam-se como candidatos Manuel Pizarro, pelo PS, o independente Álvaro Almeida, apoiado pelo PSD e pelo PPM, João Teixeira Lopes, pelo BE, e Ilda Figueiredo, pela CDU.