Este era o cenário que as autoridades tailandesas receavam, colocando mais pressão ainda na missão dos mergulhadores, uma vez que continuam a chegar informações sobre a descida na percentagem de oxigénio no ar no complexo subterrâneo da Doi Nang Non, que se estende por quatro quilómetros, com água a atingir o teto em algumas secções.

No domingo também choveu bastante, mas na segunda-feira o chefe da célula de crise afirmou que tal não alterara o nível da água na gruta. Esta terça-feira choveu toda a madrugada e início da manhã no local onde decorrem as operações de socorro.

As declarações de Narongsak Osottanakorn foram realizadas na conferência que serviu para confirmar o resgate de mais quatro crianças, a suspensão dos trabalhos de salvamento e o reinício das operações esta manhã em Mae Sai.

O responsável pelas operações de salvamento confirmou que as últimas quatro crianças resgatadas já estão no hospital e anunciou o propósito da missão de hoje: retirar as cinco pessoas que ainda se encontram no interior da gruta.

Segundo o chefe da célula de crise, Narongsak Osottanakorn as operações de resgate foram suspensas às 20:00 (14:00 em Lisboa), tendo demorado menos duas horas que no dia anterior.

A razão apontada pelo responsável prende-se com o facto de ter sido a mesma equipa de mergulhadores a executar a missão, já ciente das condições da gruta e melhor conhecimento do caminho e dos procedimentos a executar.

Até ao momento, foram retirados da gruta oito rapazes, quatro no domingo e quatro na segunda-feira, que estão “a salvo e conscientes”, disse Narongsak.

Retidos no interior da gruta permanecem quatro rapazes e o treinador, de 25 anos.

“Alguns dos trabalhadores precisam de descansar, enquanto outros estão encarregados de preparar o dia seguinte”, disse Narongsak para justificar a suspensão dos trabalhos.

O responsável agradeceu o esforço das mais de cem pessoas envolvidas na operação de salvamento.

Narongsak disse ainda que o primeiro-ministro da Tailândia, Prayut Chan-O-Cha, que se deslocou à zona da gruta na segunda-feira, já visitou os oito rapazes no hospital.

“Todos podemos ficar contentes, mas a missão ainda não terminou”, disse o general Prayut Chan-O-Cha, líder da junta no poder na Tailândia desde o golpe de Estado de 2014.

Os 12 rapazes e o treinador foram explorar a gruta depois de um jogo de futebol no dia 23 de junho.

Na altura, as inundações resultantes das monções bloquearam-lhes a saída e impediram que as equipas de resgate os encontrassem durante nove dias, uma vez que o acesso ao local só é possível via mergulho através de túneis escuros e estreitos, cheios de água turva e correntes fortes.

Por João Carreira, enviado da agência Lusa