"A nossa maior preocupação é a meteorologia. Estamos numa corrida contra o tempo, e agora estamos numa corrida contra a água", disse Narongsak Osotthakorn, governador da província de Chiang Rai e que também comanda a unidade de crise.
Os socorristas tentam reduzir o nível da água de forma suficiente para que as crianças não precisem mergulhar ou que tenham que mergulhar por pouco tempo. "Esta manhã preparámos os 13 equipamentos de mergulho para poder fazer o resgate de maneira urgente", adiantou Osotthakorn.
Mas o governador recordou que um mergulhador experiente precisa de 11 horas para ir e voltar do local onde estão as crianças: seis horas na ida e cinco horas na volta, aproveitando a corrente.
O trajeto de retorno tem vários quilómetros e inclui áreas estreitas. Algumas zonas terão que ser percorridas debaixo de água e é por este motivo que os socorristas estão a treinar os jovens para que aprendam a mergulhar.
O regresso da chuva, previsto para sexta-feira, na temporada de monções, poderia precipitar a operação de resgate, pois existe o risco de as tempestades inundarem a caverna.
"Ouvi dizer que vai chover de novo. Estou muito preocupada", afirmou à AFP Sunida Wongsukchan, familiar de um dos meninos presos na caverna. Na área reservada às famílias, a inquietação é cada vez maior.
As chuvas torrenciais bloquearam os jovens na caverna no dia 23 de junho, depois de o grupo decidir, por um motivo que ainda não está claro, entrar no local após um treino de futebol.
Tempo calculado
"Calculamos o tempo que nos resta em horas e em dia, no caso de chuva e no caso de a água invadir a caverna", explicou Osotthakorn.
Até o momento fracassaram as tentativas para instalar uma linha telefónica que permita o contacto dos meninos com os pais. Uma nova tentativa de instalação será feita hoje.
"A nossa principal missão [neste momento] é bombear a água", afirmou o governador, antes de indicar que continua a ser examinada a possibilidade de cavar um túnel vertical. "Estudamos cada metro quadrado para ver se um dos poços leva à caverna", acrescentou.
"Muita força". Foi esta a mensagem de Mario Sepúlveda, um dos 33 mineiros chilenos que ficaram 69 dias sob a terra para os 12 meninos e seu treinador de futebol.
Sepúlveda revelou que está disposto a viajar à Tailândia para contribuir com a sua experiência para os esforços de resgate, em entrevista à AFP.
O mineiro, que juntamente com os seus companheiros viveu um drama acompanhado por todo o mundo em 2010, e que culminou com um resgate espetacular ao fim de 69 dias, desejou "muita força a todas as autoridades e às famílias destes meninos". "Não tenho dúvidas de que se o governo deste país fizer tudo o que pode (...) este resgate terá sucesso", acrescentou.
Sepúlveda está decidido a conseguir "algum dinheiro" para ir à Tailândia e ajudar no que for possível.
"Vou fazer o que for possível. Estou a tentar com o governo (chileno) reunir algum dinheiro. Acredito que como país é importante estar lá depois do que passámos" no Chile, disse por telefone à AFP.
Se não obtiver o 'ok' do governo chileno, Sepúlveda está decidido a procurar apoio privado. "Encantar-me-ia ir [à Tailândia] porque acredito que seria de suma importância apoiar as famílias com palavras, um abraço. Uma palavra de alento é importante".
Sepúlveda ficou conhecido como "Super Mario" durante o drama dos mineiros chilenos por incentivar os seus companheiros nos 69 dias de calvário debaixo de terra.
*Por Thanaporn Promyamyai, Sippachai Kunnuwong e Sofia Miselem /AFP
Comentários