“Estarei na linha da frente com os nossos irmãos e irmãs do Exército para defendermos juntos a segurança nacional”, afirmou Lai, que tomou posse na segunda-feira, durante um evento realizado numa base militar.
“Face aos desafios e ameaças externas, continuaremos a defender os valores da liberdade e da democracia e a preservar a paz e a estabilidade na região”, acrescentou.
Pequim defendeu que os exercícios militares lançados em torno de Taiwan constituem um “aviso sério” aos “separatistas” da ilha, advertindo-os de que acabarão em “sangue”.
“Todas as forças separatistas a favor da independência de Taiwan vão acabar em sangue, com as cabeças partidas perante o acontecimento histórico da reunificação completa da China”, afirmou Wang Wenbin, porta-voz da diplomacia chinesa.
A China cercou Taiwan com navios e aviões militares no âmbito dos exercícios, que ocorrem três dias após o discurso de tomada de posse de Lai, no qual ele defendeu que Pequim tem de “enfrentar a realidade da existência da República da China”, o nome oficial de Taiwan.
O território de 23 milhões de habitantes opera como uma entidade política soberana, com diplomacia e exército próprios, apesar de oficialmente não ser independente. Pequim considera a ilha uma província sua, que deve ser reunificada, pela força, caso seja necessário.
O continente chinês considerou que o discurso de Lai promoveu “falácias separatistas” e “incitou ao confronto e à hostilidade” entre os dois lados do Estreito de Taiwan.
As manobras tiveram início às 07:45 de hoje (00:45, em Lisboa) e devem prolongar-se até sexta-feira, declarou Li Xi, porta-voz do teatro de operações oriental do Exército chinês, em comunicado.
As operações estão a decorrer “no Estreito de Taiwan, a norte, sul e leste da ilha de Taiwan, bem como nas zonas em torno das ilhas de Kinmen, Matsu, Wuqiu e Dongyin”, lê-se na mesma nota.
Estas últimas ilhas situam-se na proximidade imediata da costa oriental chinesa.
Em declarações à televisão estatal chinesa CCTV, Zhang Chi, professor da Universidade de Defesa Nacional em Pequim, afirmou que as manobras visam “impor um bloqueio económico à ilha”, estrangulando o porto de Kaohsiung, no sul de Taiwan, que é de importância estratégica .
Esse bloqueio permitiria cortar “as importações de energia que são vitais para Taiwan” e “bloquear o apoio que alguns aliados dos EUA estão a dar às forças ‘independentistas’ de Taiwan”, afirmou Zhang.
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