Numa mensagem aos associados, o sindicato adiantou que “decorreu ontem [quinta-feira], ao final do dia, mais uma ronda negocial entre a administração e a direção do SNPVAC, de modo a tentar solucionar o diferendo” entre as duas partes.
Nessa reunião, a direção do sindicato garantiu que explicou “de forma detalhada”, a “enorme insatisfação” dos associados, que esta quinta-feira rejeitaram, em assembleia-geral, a proposta da TAP e decidiram manter o pré-aviso de greve entre os dias 25 e 31 de janeiro.
“Durante a reunião, os dirigentes sindicais expressaram que, para além dos pontos não alcançados, o próprio documento não transmite a confiança necessária para a sua ratificação, em virtude de vários anos de interpretações peregrinas da empresa”, destacou a estrutura sindical.
A direção do SNPVAC espera que “a administração e a tutela tenham entendido, que o resultado de ontem não advém somente do documento, mas de vários anos de interpretações unilaterais, que quebraram a confiança na administração”.
Ainda assim, “haverá, hoje, uma nova ronda negocial”, cujo resultado o SNPVAC irá comunicar aos seus associados, “logo que possível, para não haver dúvidas e deturpações da mensagem”.
“Ontem, na assembleia-geral, demonstrámos que, mais do que o regresso das nossas condições de trabalho, da nossa realidade operacional, familiar e das condições financeiras, queremos o respeito e a dignidade que merecemos”, rematou o sindicato.
A TAP anunciou na quinta-feira que a greve dos tripulantes levará ao cancelamento de 1.316 voos e gerará um impacto direto de 48 milhões de euros, segundo um comunicado.
"Com esta nova paralisação serão cancelados 1.316 voos e afetados 156 mil passageiros, o que representa um custo total direto estimado de 48 milhões de euros (29,3 milhões em receitas perdidas e 18,7 milhões em indemnizações aos passageiros)", destacou a TAP.
A transportadora prevê ainda "perdas de 20 milhões adicionais devido ao impacto potencial nas vendas para outros dias e à sub-optimização de outros voos, com passageiros reacomodados".
Na mesma nota, a companhia destacou que, "como já referido pela CEO [presidente executiva], estava a ser analisada uma recompensa a todos os trabalhadores da TAP, na sequência dos resultados obtidos, e que, brevemente, seria anunciada e que fica agora posta em causa".
Na terça-feira, Christine Ourmières-Widener disse, numa mensagem aos colaboradores, a que a Lusa teve acesso que a TAP ia investir 48 milhões de euros em remunerações aos trabalhadores, "para alívio dos cortes salariais", tendo registado, no ano passado, uma "das maiores receitas da sua história".
O presidente do sindicato dos tripulantes disse à Lusa que o sentimento de insatisfação dos trabalhadores "é gigante", mas mantém a porta aberta ao diálogo com a empresa.
"Foi, provavelmente, uma das maiores votações de sempre e é um sinal que espero que a administração, que o Governo entenda de uma vez por todas. A insatisfação é gigante, a insatisfação atingiu níveis que não basta chegarmos a 12 de 14 propostas", disse Ricardo Penarróias.
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