O presidente da Associação Portuguesa dos Técnicos de Radiologia, Radioterapia e Medicina Nuclear (ATARP) alerta para o aumento de casos de covid-19 entre os profissionais de saúde e avisa que as equipas estão “a ser levadas ao extremo”, apelando a um reforço de pessoal.
Num comunicado enviado ao SAPO24, Altino Cunha denuncia que “um pouco por todo o país, as equipas de profissionais de saúde estão a ser levadas ao extremo, dada a falta de recursos humanos face às situações de quarentena”. Segundo o dirigente da ATARP, “várias unidades já passaram por pequenos surtos entre os próprios profissionais”.
Altino Cunha sublinha que “os Técnicos de Radiologia, de Radioterapia e de Medicina Nuclear não são exceção”, apontando que “os Técnicos de Radiologia, por exemplo, são dos que estão na primeira linha do combate à pandemia, bem como os Técnicos de Medicina Nuclear e de Radioterapia, que continuam na linha da frente no diagnóstico de situações de relevo, como é exemplo a patologia oncológica”.
“É urgente reforçar as equipas, permitindo não só que a prestação de cuidados de qualidade seja mantida, bem como garantir que a segurança dos profissionais e dos doentes não é colocada em causa”, afirma.
“É importante também que este reforço de profissionais permita uma rentabilização e otimização do parque tecnológico instalado, dando resposta às elevadas listas de espera que comprometem os ganhos em saúde, e, levando, muitas vezes, a diagnósticos tardios, que aumentam a necessidade de cuidados diferenciados e elevam a mortalidade e morbilidade dos doentes”, avisa.
“Já reiteramos ao ministério da Saúde, bem como aos Grupos Parlamentares, que o Serviço Nacional de Saúde poderá contar connosco do lado da solução”, reforçou o presidente da ATARP. O dirigente descreve que após sete meses de pandemia, “Portugal vive dias negros com a fasquia de novos casos a ser ultrapassada.”
“O número de internamentos continua a aumentar, tal como o número de doentes nos cuidados intensivos. A própria ministra da Saúde, Marta Temido, já veio reconhecer publicamente que os profissionais de saúde ‘estão cansados’ e que a pressão é elevada. De facto, após meses de pandemia, o cansaço revela-se demasiado próximo da rutura para a maioria dos serviços” alerta.
Segundo o mesmo comunicado, nas diversas reuniões com o ministério da Saúde, a ATARP tem alertado “de forma exaustiva, para o reforço das equipas. Não só, em resposta à situação pandémica em que se vive, mas também, no combate ao excessivo tempo de espera na realização de exames de diagnósticos e terapias que já se mostravam em elevado número, mesmo anteriormente à pandemia”.
No dia em que o governo anunciou o regresso ao estado de calamidade (a partir da meia-noite desta quinta-feira), Portugal registou o número mais elevado de novos casos em 24 horas, ultrapassando pela primeira vez a fasquia dos dois milhares. O país contabiliza hoje mais sete mortos relacionados com a covid-19 e 2.072 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS).
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