"Não tenham pressa em conhecer o resto do mundo. Tenham pressa em conhecer melhor Portugal", afirmou o chefe de Estado, no encerramento da 5.ª Cimeira do Turismo, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "esta fase é a mais difícil" da crise provocada pela pandemia de covid-19, que se prolongará por "seis meses, sete meses", e por isso "é muito importante contar com o turismo português no próximo ano e, em particular, até ao fim do próximo verão".
"É aí que tudo se joga", defendeu.
Dirigindo-se aos portugueses, o Presidente da República considerou que "foram extraordinários ao viajarem neste verão, ao percorrerem o país, ao contribuírem para preencher uma parte do vazio deixado pelos estrangeiros que não vieram, ao não irem para o estrangeiro ficando em Portugal, ao descobrirem maravilhas em Portugal".
"Continuem a fazer o mesmo, daqui até ao fim do ano e na passagem do ano. E o mesmo daí até à Páscoa. E, se tiverem férias, ou se tiverem uns dias, ou uns fins de semana longos, nesse tempo, sobretudo na Páscoa. E depois, ao planearem as férias de verão do ano que vem", acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa pediu-lhes que "comecem a pensar nisso com tempo, para com tempo darem horizonte de segurança ao turismo em Portugal, e à restauração, e a uma parte do comércio, e outras atividades que estão obviamente entre si ligadas, e outros tantos serviços".
"Há um ano, a vossa preocupação, de alguns de entre vós - penso eu, apesar de tudo, uma minoria - era ter-se turistas a mais. A nossa preocupação neste ano é termos turistas a menos, neste ano e no próximo ano. Pois então, os portugueses comecem eles próprios por serem turistas na sua terra", insistiu.
Quanto à resposta do Governo às dificuldades do setor do turismo, o Presidente da República declarou: "Eu penso que o senhor primeiro-ministro hoje, na abertura, e agora, também hoje, no encerramento, o senhor ministro de Estado e da Economia tocaram todos os pontos que eu considero fundamentais para este período de sobrevivência".
Marcelo Rebelo de Sousa, que discursou a seguir ao ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, elogiou a sua atuação em especial no início da pandemia de covid-19.
"Testemunhei em momentos críticos, cruciais da primeira fase da pandemia a sua dedicação ilimitada em termos intelectuais e físicos, a sua dispersão por áreas tão variadas como a indústria, o comércio, o turismo, os serviços, e também a sua resistência, não é coisa menor", declarou.
Antes, foi o chefe de Estado quem recebeu um elogio do presidente da Confederação do Turismo de Portugal, Francisco Calheiros, "pelo apoio que sempre tem demonstrado" ao setor, que qualificou como "inexcedível".
No início da sua intervenção, o Presidente da República também saudou Francisco Calheiros e adiantou que, depois de recentemente ter estado com representantes do setor do turismo no Porto, prosseguirá esses contactos em Fátima, Vila Real, Curia e no Alentejo.
"Não deixaremos de percorrer todo o território continental em contacto com a realidade do turismo no sentido mais amplo do termo", disse.
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