Há uma semana, Theresa May decidiu adiar a votação do acordo do ‘Brexit’ no parlamento britânico, por admitir que o mesmo seria rejeitado por “larga margem”, tendo-se deslocado a Bruxelas na terça-feira para discutir com os líderes europeus formas de obter “garantias adicionais” sobre os termos do mecanismo de salvaguarda previsto para evitar o regresso de uma fronteira na ilha da Irlanda, o tema mais difícil das negociações e que originou as maiores divergências.
Nas conclusões publicadas no final dos trabalhos do Conselho Europeu, os 27 não cederam ‘um milímetro’ na sua determinação de não reabrir a negociação dos termos do acordo de saída, limitando-se a repetir o que já constava no texto endossado pelos chefes de Estado e de Governo dos 27 em 25 de novembro.
Todavia, para a primeira-ministrra britânica, há margem para esclarecimentos adicionais por parte dos 27 sobre o ‘backstop’ da fronteira irlandesa e que, nos próximos dias, debaterá com os seus parceiros europeus como obtê-las.
Theresa May, que falava em conferência de imprensa em Bruxelas após a conclusão do Conselho Europeu, prosseguiu referindo que nos próximos dias debaterá com os líderes europeus e com as instituições europeias como obter “as garantias adicionais de que o parlamento britânico precisa para aprovar o acordo” de saída do Reino Unido da UE.
Embora espere mais dos seus parceiros europeus, a chefe do Governo britânico desmistificou a ideia de que as conclusões do Conselho Europeu, dedicado ao Artigo 50, publicadas na quinta-feira à noite, não tenham constituído um passo em frente nas garantias que clamava quanto à questão do mecanismo de salvaguarda para a fronteira irlandesa.
May recordou que as conclusões formais do Conselho Europeu têm um cariz vinculativo, pelo são “bem-vindas”, e estimou que é do interesse de ambas as partes que o impasse quanto à aprovação do acordo pelo parlamento britânico se resolva “o quanto antes”.
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