Confrontada na sessão semanal de perguntas no parlamento por um membro do próprio partido sobre o risco de perder o apoio de muitos deputados Conservadores e de “milhões de eleitores” por causa do rascunho para um acordo anunciado na terça-feira, Theresa May rejeitou que esteja a trair o resultado do referendo que ditou o ‘Brexit’, em 2016.
“O que estamos a fazer é um acordo que concretiza esse voto, mas, ao fazê-lo, protege empregos, protege a integridade do nosso Reino Unido e protege a segurança das pessoas neste país”, vincou.
Também o líder da oposição, o trabalhista Jeremy Corbyn, colocou em causa o mérito do texto, alegando ser o resultado de “dois anos de negociações falhadas” e um fracasso perante as condições impostas pela própria primeira-ministra.
“Não concretiza um ‘Brexit’ para todo o país, infringe as ‘linhas vermelhas’ da primeira-ministra, não oferece um acordo económico forte que proteja empregos e a indústria”, acusou.
May reiterou que este é um “bom acordo”, que respeita “o voto do povo britânico, retoma o controlo de nosso dinheiro, lei e fronteiras, que garante a saída da política comum de pesca, da união aduaneira e da política agrícola comum, mas protegemos os empregos, protegemos a segurança e protegemos a integridade do Reino Unido”.
May indicou que o conselho de ministros vai estar hoje a analisar o rascunho do acordo que as equipas negociadoras produziram “e considerar e decidir o que fazer em seguida no interesse nacional”.
Se for aprovado, o documento deverá ser tornado público e a primeira-ministra deverá voltar à Câmara dos Comuns para explicar o resultado, possivelmente só na quinta-feira.
A primeira-ministra prometeu também que, se o rascunho for aprovado e um acordo final for assinado com a União Europeia, será dada informação antes de um voto no parlamento britânico, “para que os deputados possam tomar a sua decisão à luz dos detalhes do acordo”.
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