Segundo avançou a agência de notícias AP, o júri do julgamento federal deliberou durante três dias, antes de considerar o responsável por arrecadar fundos para a campanha de Donald inocente de agir como agente não registado de um Governo estrangeiro, obstrução à justiça e declarações falsas.
Tom Barrack negou veementemente todas as acusações.
Barrack, de 75 anos, é um bilionário da Califórnia que presidiu ao comité inaugural de Trump, de quem é amigo de longa data.
Ele estava incluído numa extensa lista de associados de Trump com várias acusações criminais.
Nas alegações finais do julgamento, na terça-feira, o procurador assistente do Ministério Público, Ryan Harris, disse aos jurados que Barrack planeou tornar-se os “olhos, os ouvidos e a voz” dos Emirados Árabes Unidos, como parte de uma conspiração criminosa para manipular a política externa de Trump.
Paralelamente, prosseguiu Harris, Barrack aproveitou os seus conhecimentos para conseguir que os Emirados Árabes Unidos canalizassem dezenas de milhões de dólares para um prédio de escritórios que ele estava a desenvolver e para um dos seus fundos de investimento.
O procurador apontou o que caracterizou como um fluxo constante de textos obscuros e outras comunicações que mostravam que Barrack estava sob a direção e controlo de Rashid al Malik, um empresário dos Emirados Árabes Unidos que agia como um intermediário para os governantes do estado do Golfo Pérsico rico em petróleo.
Barrack “promoveu-se como politicamente conectado. Alguém que poderia abrir as portas para os Emirados Árabes Unidos. Alguém que poderia oferecer acesso a Donald Trump. […] Ele seria o homem deles internamente”, disse Harris.
Já o advogado de defesa, Randall Jackson, disse que Barrack não tentou esconder o relacionamento com Al Malik, um conhecimento de uma rede de conexões comerciais que cultivou em todo o Oriente Médio.
O advogado disse também que “não faz sentido” que o seu cliente tente infiltrar-se na campanha de Trump em nome dos Emirados Árabes Unidos, numa altura em que as hipóteses de Trump de ganhar a presidência eram consideradas remotas.
“Ele estava envolvido na campanha porque é leal aos seus amigos”, apontou Jackson.
Na semana passada, Tom Barrack, de ascendência libanesa, descreveu os esforços para organizar um encontro de Trump com o conselheiro de segurança nacional dos Emirados Árabes Unidos, Sheikh Tahnoun bin Zayed Al Nahyan, e outros funcionários de governos mais moderados, num esforço para persuadir Trump a suavizar a sua postura anti-muçulmana.
Tom Barrack deu nas vistas ao arrecadar 107 milhões de dólares para a cerimónia de tomada de posse do ex-Presidente, após a eleição de 2016.
O evento foi escrutinado tanto pelos gastos generosos, quanto por atrair autoridades estrangeiras e empresários que desejavam fazer ‘lobby’ no novo Governo.
Comentários