Ao marcar o início das festividades na cidade, o Monumento retrata a “Ira de Neptuno”, aludindo ao tema do Carnaval deste ano, “Mares e Oceanos”.
Segundo descreve o município em nota de imprensa, a ira de Neptuno, rei dos mares, provoca um tsunami para “pôr na ordem um planeta dramaticamente desgovernado”.
Os autores do trabalho artístico, um local de romaria da cidade nesta altura do ano, colocam a emergir de um cenário aquático, o “escorregadio” presidente norte-americano Donald Trump, a “sereia Angela Merkle (chanceler alemã), que quer seduzir e dominar o povo português”, a caravela “Geringonça”, controlada pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, pelo primeiro-ministro, António Costa, pelo líder do PCP, Jerónimo de Sousa, e pela líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, enquanto o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, usa o surf como instrumento de salvação nacional, todos eles pejados da habitual sátira social e política característica do Carnaval.
O monumento mostra ainda o fundo do oceano, do qual tentam fugir o ex-primeiro-ministro e arguido da ‘operação Marquês’, José Sócrates, e o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, depois do “rombo que provocaram no “barco da nação”.
Uma vez que o Carnaval tem também na sua tradição a sátira às figuras do mundo do futebol, os presidentes do Benfica (Luís Filipe Vieira), do Porto (Pinto da Costa) e do Sporting (Bruno de Carvalho) surgem transformados em polvos a tentar controlar tudo com os seus tentáculos.
Os futebolistas Cristiano Ronaldo e Lionel Messi aparecem às voltas com o fisco espanhol, enquanto brincam com as Bolas de Ouro.
A assistir a tudo, “incrédulos”, estão os navegadores Pedro Álvares Cabral e Vasco da Gama, acompanhados pelo explorador Jacques Cousteau.
Na inauguração do monumento, são esperados vários milhares de pessoas, entre mascarados, representantes de grupos, bombos, ‘cabeçudos’ e ‘zés pereiras’.
Entre 09 e 13 de fevereiro, são esperados 350 mil visitantes para aquele que reclama ser "o Carnaval mais português de Portugal", por se manter fiel às tradições do Entrudo português, sem escolas de samba.
Além do corso escolar, o Carnaval mantém os habituais corsos diurnos e noturnos, em que desfilam oito carros alegóricos, conhecidos pela sátira político-social, e milhares de foliões mascarados, muitos dos quais disfarçados de matrafonas (homens mascarados de mulheres), como é típico no concelho.
Depois dos corsos, a animação continua madrugada fora nos bares e em vários palcos instalados em recintos ao ar livre na cidade.
Os festejos atraem por ano cerca de 350 mil visitantes e geram receitas de cerca de 10 milhões de euros na economia local.
A câmara candidatou em 2016 o seu Carnaval a Património Nacional Imaterial, o primeiro passo para vir a ser reconhecido como Património Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).
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