Em comunicado, o Sindicato de Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa Geral de Depósitos (STEC), organização mais representativa dos trabalhadores do Grupo CGD, informa que renovou o prazo da greve às horas extraordinárias (que terminou a 18 de fevereiro) até 18 de março.

“Entendemos que se mantêm os pressupostos que levaram ao pré-aviso de greve às horas extraordinárias, onde destacamos o facto de a CGD, ao contrário do que transmitiu ao STEC, ainda não ter implementado em todos os locais de trabalho o controlo do horário de trabalho através do registo eletrónico, garantindo o reconhecimento do trabalho prestado”, sublinha a organização sindical.

O STEC diz que os trabalhadores vão continuar a cumprir as sete horas de trabalho diário que constam do Acordo de Empresa (AE).

Em 30 de dezembro, os trabalhadores da CGD estiveram em greve contra a proposta de atualização salarial apresentada na altura pela administração do banco, num protesto convocado pelo STEC, pois consideravam a então proposta de aumento salarial (cerca de 0,4%) insultuosa e vergonhosa.

A CGD lamentou, então, a greve convocada “em pleno processo de negociação de revisão salarial”, garantindo que a tabela de remuneração do banco “é muito superior” à dos concorrentes.

Os trabalhadores cumpriram também uma greve às horas extraordinárias, também convocado pelo STEC, pelo pagamento de todo o trabalho suplementar e por relógio de ponto eletrónico nas agências.

Em 11 de fevereiro, o presidente executivo da CGD, Paulo Macedo, disse que não se justificavam greves no banco face aos salários praticados, desde logo quando decorrem negociações com sindicatos.

A CGD disse, em comunicado, que o salário mínimo aos seus trabalhadores dos quadros passou para 1.359 euros (valor bruto), incluindo subsídio de alimentação, com a última atualização salarial (de 0,9%), e que o salário médio na instituição passou para 2.462 euros.

Em reação, a Comissão de Trabalhadores (CT) da CGD acusou o banco público de passar uma “imagem fabricada cuja estratégia é a de colocar os trabalhadores da CGD numa posição fragilizada perante a opinião pública, rotulando-os como um universo de trabalhadores privilegiados, com salários acima da média e prémios invejáveis”.

No final de 2021, a Caixa Portugal tinha 6.177 trabalhadores, menos 67 do que em 2020.