“Os trabalhadores decidiram, numa linha de pressionar a que hajam propostas para negociar, desenvolver nova greve parcial nos dias 14 e 15 de julho, de três horas por turno de serviço”, disse José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS).
Em declarações à agência Lusa, o dirigente sindical referiu que a convocação de uma nova greve foi decidida no âmbito do plenário de trabalhadores da Soflusa, realizado hoje, entre as 10:00 e as 12:00, que registou “boa participação” e em que foi feito o balanço do processo negocial, inclusive das reivindicações salariais.
“Não temos qualquer resposta da administração e do Governo”, indicou o coordenador da FECTRANS.
Uma vez que a administração da Soflusa informou a semana passada que os sindicatos tinham abandonado as negociações, as organizações sindicais comunicaram que dia 30 de junho, às 10:00, estarão disponíveis “para recomeçar as negociações”, adiantou José Manuel Oliveira, esperando que os responsáveis pela gestão da empresa se apresentem na mesa de discussão “com propostas concretas e não com o argumento que não têm orientações da tutela”.
Questionado sobre o plenário de trabalhadores da Transtejo, agendado para quinta-feira, das 14:30 às 17:30, o dirigente da FECTRANS referiu que a proposta de nova greve parcial nos dias 14 e 15 de julho vai ser avaliada, “tendo em conta que as últimas greves se desenvolveram num quadro de concertação”.
“É evidente que esta proposta será objeto de discussão, mas são os trabalhadores da Transtejo que decidirão o que fazer na empresa onde trabalham”, reforçou o coordenador da FECTRANS.
Devido ao plenário de trabalhadores da Soflusa, as ligações fluviais entre Lisboa e Barreiro estiveram hoje interrompidas, a partir das 08:50 e até às 13:00, indicou a empresa, num aviso aos utentes deste transporte público.
À semelhança do que aconteceu hoje na Soflusa, na quinta-feira prevê-se a interrupção do serviço regular da Transtejo, das 13:00 às 18:30, “por motivo de realização de plenário geral convocado por organizações sindicais, representativas dos trabalhadores”, informou a empresa, avisando sobre os horários de interrupção temporária nas ligações fluviais de Cacilhas, Montijo, Seixal e Trafaria.
Na ligação Cacilhas (Almada, distrito de Setúbal) - Cais do Sodré (Lisboa), a interrupção deve acontecer a partir das 14:20 até às 17:35, enquanto no sentido contrário, Cais do Sodré – Cacilhas, a paralisação prevista é das 14:20 às 17:50.
De acordo com o aviso da Transtejo, na ligação Montijo (distrito de Setúbal) - Cais do Sodré, a interrupção temporária do serviço prevê-se das 13:30 às 18:00, mas no sentido contrário, Cais do Sodré – Montijo, será das 14:00 às 18:00.
Na ligação Seixal (distrito de Setúbal) - Cais do Sodré, a paralisação deve acontecer das 14:00 (hora de saída do último barco) às 17:00 (hora do primeiro barco após a interrupção), enquanto na ligação Cais do Sodré - Seixal será das 13:00 às 17:55, informou a empresa.
Quanto à carreira Trafaria - Porto Brandão (ambas as estações em Almada, distrito de Setúbal) - Belém (Lisboa), o serviço deve ficar suspenso das 13:00 às 18:00, enquanto no sentido oposto será das 13:30 às 18:30, de acordo com o aviso da Transtejo.
Na semana passada, nos dias 16 e 17 de junho, os trabalhadores da Transtejo/Soflusa (TTSL) - as duas empresas de serviço público de transporte fluvial, mas com uma administração comum - estiveram em greve parcial, de três e duas horas por turno, por a empresa manter a sua posição de "aumento de 0%" nas negociações salariais, depois de uma primeira luta em 20 de maio.
A Transtejo assegura as ligações fluviais entre o Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, e Lisboa, enquanto a Soflusa é responsável por ligar o Barreiro à capital.
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