O Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Sintap) tem marcada uma reunião com o Ministério da Saúde para sexta-feira, estando em cima da mesa uma proposta que “não contempla aquilo que era a garantia do tempo de trabalho prestado pelos contratos individuais ao longo de 10, 12, 13 e 14 anos” e a pretensão destes trabalhadores relativamente ao salário mínimo, disse o dirigente sindical José Abraão, em conferência de imprensa, em Lisboa.

O sindicalista adiantou que a greve de dois dias dos trabalhadores da saúde, que não inclui médicos e enfermeiros, que termina hoje, está a ter um “grande impacto”, sendo que “as perturbações são significativas”, rondando 80% de adesão a nível nacional.

José Abraão explicou que o objetivo da paralisação não é afetar os utentes, mas fazer com que o Governo ouça a preocupação destes trabalhadores e que na reunião de sexta-feira “se possam encontrar os caminhos e as soluções através da negociação”.

Os sindicatos têm “uma grande expetativa” neste encontro com o Governo, mas, advertiu, “se não houver evolução neste processo, de modo a que se responda às reivindicações dos trabalhadores”, entre as quais se contam a progressão das carreiras e o reforço de recursos humanos, a luta vai continuar.

“Ainda este mês, voltaremos à greve com o objetivo de que o Governo olhe para estes trabalhadores com outros olhos para que não sejam os parentes pobres do setor da área da saúde porque são tão importantes como os outros profissionais do Serviço Nacional de Saúde e também dos hospitais EPE [Entidade Pública Empresarial]”, afirmou José Abraão.

O sindicalista disse esperar que se encontre solução para estes problemas através da via negocial e que se faça “justiça para com estas pessoas que estão indignadas e revoltadas”.

O dirigente admitiu que a greve destes profissionais possa coincidir com a paralisação dos técnicos de diagnóstico e terapêutica marcada para 24 e 25 de maio.