Em comunicado, a estrutura laboral do PSD considera que, mais importante do que a chamada luta de classes - fruto de uma matriz ideológica danosa e anacrónica, é a conciliação de interesses entre o Capital e o Trabalho”.
“Assim a partidarização da conflitualidade a que se assiste na VW Autoeuropa é um jogo perigoso que não interessa a ninguém, sobretudo aos seus trabalhadores”, alertam.
Por outro lado, “a obtenção de acordos justos, através dos quais todos têm a ganhar, está na boa tradição daquela empresa e é um excelente exemplo para o universo empresarial em Portugal”.
Os TSD apelam a que, terminado o dia de greve na Autoeuropa, “responsavelmente se retome as negociações no sentido da obtenção de um novo acordo que garanta a paz social e viabilize a produção integral do novo modelo ‘T Roc’ em nome do emprego e da economia”.
Para os sociais-democratas, “torna-se assim preocupante assistir ao aumento da conflitualidade na empresa precisamente numa altura em que todo o esforço deveria de ser no sentido da concertação com vista a dar resposta à demanda gerada pelo novo modelo”.
“É que todos temos ainda presente, infelizmente, o ano de 2006 e o encerramento e deslocalização da fábrica da General Motors, na Azambuja e que teve na sua génese um mesmo tipo de intransigência sindical ligado à CGTP”, recordaram.
Os TSD não gostariam “que uma situação semelhante pudesse sequer voltar a reequacionar-se em Portugal”.
Os trabalhadores da Autoeuropa (do grupo alemão Volkswagen) iniciaram hoje de manhã o segundo turno de greve contra o trabalho obrigatório aos sábados que teve início às 23:30 de terça-feira e termina às 00:00 de quinta-feira.
O PCP considerou hoje natural que os trabalhadores da Autoeuropa defendam os seus direitos face a uma proposta da administração que "apenas permite" que tenham um fim de semana seguido "de seis em seis semanas".
Num comunicado sobre a paralisação na Autoeuropa, que ignora as acusações ao partido do ex-dirigente do BE e da comissão de trabalhadores da empresa, António Chora, os comunistas sublinham que “cabe aos trabalhadores e às suas organizações representativas definir as suas posições e formas de luta, como se verifica com os plenários realizados e com a greve de hoje”.
António Chora, numa entrevista publicada na edição de hoje do Negócios, acusa o PCP de estar por detrás da greve para ganhar margem de manobra nas negociações orçamentais como o Governo.
A administração da Autoeuropa acedeu entretanto a reunir-se com os sindicatos em 07 de setembro às 17:00, anunciaram hoje os sindicatos, adiantando que a "greve realizada esta quarta-feira paralisou totalmente a fábrica nos três turnos de trabalho".
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