A informação foi adiantada pelo diretor geral da SIC, Eugénio Alexandre, à margem do 4.º Conselho Consultivo Alargado deste órgão afeto ao Ministério do Interior de Angola que, sem avançar números, se manifestou preocupado com a situação que espera “reverter”.
“Não podemos falar em números, podemos falar apenas em percentagem, pois há casos que subiram apenas 2% ou 3%, noutros até mesmo a 5% e qualquer subida no número de crimes preocupa-nos”, disse.
Avaliar a situação criminal de Angola é o objetivo deste conselho consultivo, que congrega em Luanda os diretores provinciais do SIC, para encontrar estratégias de combate aos “crimes violentos” que ainda se registam no país.
“O crime organizado existe no nosso país. O tráfico de armas também é uma preocupação. Aliás, também sobre esta temática, estamos a debruçar-nos e tudo vamos fazer para retirar o maior número de armas possíveis na mão dos marginais”, adiantou.
No domínio do combate ao tráfico de drogas, o diretor geral do SIC fez saber que as ações da corporação continuam voltadas para os traficantes, mas sobretudo aos “mandantes”, ou “barões”, dessas ações.
“Também estamos preocupados com o consumo e o tráfico interno de drogas. Os resultados têm sido positivos, mas só consideraremos que estamos a cumprir com o nosso papel quando chegarmos até aos mandantes, aos barões. Esse é o grande objetivo”, referiu.
A preocupação do Serviço de Investigação Criminal de Angola também é extensiva ao tráfico de seres humanos, disse Eugénio Alexandre, revelando ter conhecimento da existência de cidadãos angolanos que estão a ser levados para a Europa, África e América do Sul.
“Preocupa-nos igualmente esta situação. Há casos de cidadãos que são levados para Europa, alguns para países africanos que professam o Islão e, ultimamente, estamos a assistir a ida de angolanos para o México”, referiu.
“Aí, eu digo supostos angolanos, uma vez que conseguem documentos do nosso país e vão para o México com o propósito de atingir os Estados Unidos”, frisou.
Na abertura do encontro, o diretor geral do SIC garantiu ainda um “combate cerrado” aos crimes contra o património público e do Estado, aos roubos e furtos de viaturas e ainda ao garimpo de água, que se regista sobretudo na capital angolana.
Na reunião estão a ser analisados, entre outros temas, a Lei de Base de Investigação Criminal, os trâmites do expediente na execução dos atos processuais, o manual de investigação operativa e a situação disciplinar os efetivos do SIC.
Em relação à situação disciplinar dos efetivos do SIC, muitas vezes criticadas pela sociedade, sobretudo devido a alguns excessos, Eugénio Alexandre assumiu que há “alguns elementos que não reúnem condições para estar na corporação”.
“Temos feito um trabalho abnegado no sentido de expurgar esses elementos que cometem condutas indecorosas no nosso seio. Qualquer elemento do SIC que viola a lei e regulamentos existentes tem de ser punido como qualquer cidadão”, concluiu.
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