“A Transtejo – Transportes Tejo, S.A. confirma que hoje, na hora de ponta da manhã, a ligação fluvial Montijo - Cais do Sodré esteve a operar com um navio apenas, causando inevitáveis supressões”, refere a empresa em resposta enviada à agência Lusa.
A empresa refere que a redução de oferta e os tempos de viagem gerados pela situação da frota levaram a que um grupo de passageiros solicitasse uma reunião com o Conselho de Administração da empresa.
“Com natural disponibilidade e máxima transparência, os responsáveis escutaram as reclamações e reivindicações dos passageiros, informando os mesmos sobre o atual estado da frota e dando nota da evolução dos trabalhos que estão a ser desenvolvidos, desde o final da semana passada, para ultrapassar a situação”, acrescenta.
Segundo a Transtejo, por “limitações de frota, avarias inesperadas e condições meteorológicas adversas”, têm sido registadas perturbações nas ligações fluviais do Montijo, Seixal e Cacilhas, ao longo desta semana.
“A diminuição da capacidade de serviço reduz a oferta, provocando a irregularidade e supressão de carreiras, situação que gera maior impacto durante os horários de ponta da manhã e da tarde, dos dias úteis”, frisa.
A empresa explica ainda que todos os navios da frota da Transtejo cumprem os requisitos de segurança exigidos por lei e que o sistema de embarque bloqueia o processo de validação dos títulos de transportes logo que é a atingida a lotação do navio em operação.
“A empresa está focada em ultrapassar esta fragilidade operacional tão breve quanto possível e a desenvolver todos os esforços para minimizar os constrangimentos do serviço de transporte público fluvial”, assegura.
A Transtejo anunciou que na quinta-feira, durante os horários de ponta da manhã e da tarde, a oferta será complementada com o serviço de transporte rodoviário.
“Entre as 07:30 e as 09:30 e entre as 17:30 e as 19:30, o serviço de transporte de passageiros entre o Montijo e o Cais do Sodré será reforçado com uma frota de 15 autocarros, disponibilizada junto dos respetivos terminais fluviais”, explica.
A Comissão de Utentes do Cais do Seixalinho vai na quinta-feira ser recebida no parlamento, para reclamar respostas urgentes para acabar com as más condições de travessia do Tejo na ligação entre o Montijo e Lisboa.
“Esta situação teve agravamento nas últimas duas a três semanas, com a empresa a ter graves problemas para garantir as ligações que estão acordadas nos horários estabelecidos”, disse à Lusa Miguel Dias, da Comissão.
De acordo com Miguel Dias, esta semana, o Montijo está a ser servido por um catamarã, que normalmente são as embarcações que fazem o serviço, e pelo cacilheiro S. Jorge, “que não faz habitualmente este serviço e que demora 45 minutos a fazer o trajeto que normalmente demora 30 minutos”.
“Hoje o S. Jorge nem fez o serviço, porque teve de socorrer [o trajeto de] Cacilhas, que estava com um barco avariado, o que fez com que que um serviço que normalmente deveria acontecer de meia em meia hora fosse feito de hora a hora”, contou.
Por isso, um grupo de utentes concentrou-se à frente da Transtejo e foram recebidos pela administração.
As comissões do Seixal e do Montijo e utentes a título individual já apresentaram várias reclamações a várias entidades, mas “o problema é sempre a questão das verbas para a compra de navios”, salientou.
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