“A partir de amanhã, sábado, 18 de julho, voltam a vigorar os horários habituais da ligação fluvial da Trafaria”, em Almada, no distrito de Setúbal, anunciou a empresa, em comunicado.

Segundo a nota, a reposição de horários vai acontecer em todos os dias da semana, tratando-se de uma aposta da Transtejo na expectativa de “potenciar o aumento da procura nesta ligação fluvial, que tem registado uma permanente baixa procura”.

“Através da análise dos dados resultantes da monitorização permanente do número de passageiros transportados, a cada momento, constatam-se quebras permanentes de 50% no número de passageiros e de 80% no número de veículos transportados na ligação fluvial da Trafaria”, revelou.

Na quinta-feira, a Comissão de Utentes de Transportes da Margem Sul queixou-se à agência Lusa sobre os horários “insuportáveis” desta ligação fluvial, que apenas tem “quatro ligações de manhã e três à tarde”.

Segundo os passageiros, a carreira já apresentava “deficiências e horários reduzidos”, mas tudo se agravou com a pandemia da covid-19, motivadora de mais supressões, que ainda não foram revertidas, ao contrário do que acontece nas restantes ligações da Transtejo (Seixal, Montijo e Cacilhas a Lisboa).

No entanto, a empresa justificou que a Trafaria “não acompanhou as tendências de crescimento estável da procura que se verificaram nas restantes ligações fluviais, as quais fundamentaram a reposição dos horários”, nos meses de maio e junho.

No entanto, apesar da “tendência negativa dos números”, a empresa decidiu avançar com a normalização da ligação fluvial, que também “permite aceder de forma fácil e muito direta às praias da Costa de Caparica”, em Almada.

“A Transtejo-Soflusa mantém, assim, o seu esforço em oferecer horários que cumpram não só com as necessidades, mas também com as expectativas de mobilidade dos seus passageiros e restantes ‘stakeholders’”, mencionou.

Ainda assim, na quinta-feira, os utentes da Margem Sul já tinham afirmado que não aceitam o argumento da “escassez de procura”.

“Isto acaba por ser um círculo vicioso. Não tendo os barcos lá, as pessoas não confiam que o barco lá esteja quando chegam e não procuram. A Transtejo, como empresa, tem esta responsabilidade e deveria acautelar todas estas questões que não está a fazer”, defendeu Marco Sargento, da comissão de utentes.

A Transtejo é responsável pelos terminais do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, enquanto a Soflusa faz a travessia entre o Barreiro e o Terreiro do Paço, em Lisboa.