Fonte do Hospital Simão Mendes disse ter recebido um ferido, enquanto fonte do Hospital Militar referiu que a unidade acolheu dois feridos.

O protesto, não autorizado pelo Governo guineense, resultou também na detenção de três manifestantes, por alegadamente agredirem agentes policiais, segundo disse à Lusa o comissário nacional da Polícia de Ordem Pública, Armando Nhaga.

O general justificou a atuação da polícia, que hoje dispersou a tentativa de manifestação com recurso a gás lacrimogéneo, com a necessidade de “manter a ordem na cidade”, acusando os manifestantes de atirarem pedras contra as forças da ordem.

“A polícia está apenas a tentar manter a ordem na cidade, mas temos fotografias em que se veem manifestantes a atirarem pedras contra a polícia”, disse Nhaga.

A manifestação, que foi dispersada pelas autoridades com recurso a gás lacrimogéneo, envolveu milhares de pessoas e ocorreu na Avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria, que liga o centro da cidade de Bissau ao aeroporto.

Proibida pelo governo, a manifestação foi organizada pelo Partido da Renovação Social (PRS), Movimento pela Alternância Democrática (Madem-G15) e Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático Guiné-Bissau (APU-PDGB) para reclamar da forma como estão a ser organizadas as eleições presidenciais, marcadas para 24 de novembro.

Numa carta enviada na sexta-feira aos organizadores do protesto, o Ministério do Interior explicou que o protesto não era autorizado por o executivo não ter condições de garantir a segurança necessária à manifestação.

O ministério justificou a sua decisão, salientando que a lei prevê que as pessoas ou entidades que pretendem realizar manifestações devem avisar com antecedência mínima de quatro dias úteis e que só recebeu a carta na quinta-feira.

Na sua página da rede social Facebook, a Liga Guineense dos Direitos Humanos manifestou-se contra a decisão do Governo de proibir o protesto.