Um juiz do estado do Iucatão, no leste do México, aceitou uma das ações judiciais apresentadas por organizações de proteção do meio ambiente, incluindo a Greenpeace, contra o “Tren Maya”, um projeto emblemático do Presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador.

O “Tren Maya” terá uma extensão de mais de 1.500 quilómetros e a decisão de terça-feira diz respeito a um troço com 130 quilómetros, possivelmente o mais lucrativo, por atravessar a chamada Riviera Maya, onde existem cerca de 100 mil quartos de hotel.

O Fundo Nacional para o Desenvolvimento do Turismo (Fonatur), que está à frente do projeto, garantiu que o acórdão não afeta as operações em curso.

“De momento, não há mais corte de árvores. O trabalho continua. O estaleiro não está parado”, disse o porta-voz da Fonatur, Fernando Vázquez.

A suspensão do corte de árvores vai vigorar até que o tribunal decida sobre o mérito do recurso apresentado por ativistas ambientais.

A construção do troço do “Tren Maya” foi atrasada devido a alterações ao percurso e à descoberta de vestígios arqueológicos, de poços subterrâneos de água doce e de rios subaquáticos.

Em maio, um outro juiz suspendeu o projeto de 1.500 quilómetros, na sequência de vários recursos de organizações não-governamentais, que acusaram a ligação de violar normas ambientais. O governo interpôs recurso contra a suspensão.

Os trabalhos foram retomados em 13 de julho, depois do Governo ter classificado os grandes projetos de infraestruturas públicas como questões de “segurança nacional”.

López Obrador disse querer inaugurar o “Tren Maya” antes do fim do mandato, em 2024.

A adjudicação do primeiro lote desta infraestrutura ferroviária foi atribuída ao conglomerado português Mota-Engil, em parceria com a China Communications Construction, num contrato de cerca de 636 milhões de euros, de acordo com um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), em abril de 2020.