Weinstein, de 70 anos, já se encontra a cumprir uma sentença de 23 anos de prisão, após a sua condenação em Nova Iorque, em 2020, por acusações semelhantes e das quais recorreu.
Em fevereiro, o ex-produtor foi condenado por violação e duas agressões sexuais a uma modelo russa, Evgeniya Chernyshova, num hotel em Beverly Hills em 2013, sentença da qual também recorreu.
O júri de Los Angeles não alcançou a unanimidade necessária para pronunciar um veredicto sobre as acusações de outras duas mulheres, incluindo Siebel Newsom, esposa do governador da Califórnia, Gavin Newsom.
Por isso, a procuradoria de Los Angeles, que se tinha de pronunciar sobre a realização de um possível novo julgamento, anunciou a sua intenção em retirar as acusações, posição que foi confirmada por um juiz esta terça-feira.
O julgamento de Los Angeles, realizado entre outubro e dezembro, teve testemunhos anónimos de quatro mulheres, que acusaram Weinstein de coagi-las para fazerem sexo com ele.
Duas destas testemunhas, Siebel Newsom e Evgeniya Chernyshova, revelaram mais tarde as suas identidades aos órgãos de comunicação social.
Os advogados de defesa do ex-produtor procuraram lançar dúvidas sobre as palavras das denunciantes, destacando, em particular, a ausência de elementos forenses para apoiar as suas histórias.
O julgamento resultou num veredicto dividido, com o júri a condenar Weinstein pelos factos relacionados com Evgeniya Chernyshova, mas a não alcançarem unanimidade sobre as acusações de Siebel Newsom e outra mulher.
A queda de Weinstein em 2017, que produziu sucessos premiados como “Pulp Fiction” (1994) ou “O Artista” (2011), libertou as vozes de muitas mulheres e gerou o movimento #MeToo.
Rumores sobre o comportamento de Weinstein circulavam há anos em Hollywood, com o escândalo a ‘rebentar’ finalmente em 2017, graças às investigações da imprensa que compilaram várias acusações.
Desde então, quase 90 mulheres, incluindo Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Rosanna Arquette, acusaram Harvey Weinstein de assédio, agressão sexual ou estupro.
Além dos processos criminais nos Estados Unidos, o ex-produtor também é acusado no Reino Unido por agressões sexuais que datam de 1996.
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