O domingo é o terceiro e penúltimo dia da Festa, organizada todos os anos pela paróquia que completa agora 70 anos, sendo o momento mais esperado a procissão das velas que vai começar às 19 horas (24 horas em Lisboa), em que quase tudo é “uma réplica exata do que acontece em Fátima”, incluindo o andor e as imagens, como explicou um dos diretores da festa, David Costa.
Entrevistado pela Lusa na véspera, o responsável disse: “Acho que as pessoas usam Ludlow como uma forma de virem pagar as suas promessas e não precisarem de passar o Atlântico para o fazer”, dirigindo-se ao santuário dedicado a Nossa Senhora de Fátima.
Depois dos concertos de sexta-feira e sábado e do fogo de artifício da véspera, o recinto do festival recebe hoje cerca de 30 mil visitantes lusodescendentes que assistem de manhã à missa em estilo português e se deixam ficar à volta de cerca de trinta tendas de bebida e comida portuguesa e muitos carrosséis, tendas de vendas e de brinquedos, para participarem na procissão das velas, ao cair da noite.
“No domingo vai haver muita rusga, muita concertina, muito folclore”, adiantou David Costa, também diretor musical da igreja, opinando: “fora de Fátima, não se vê em lado nenhum o que nós fazemos aqui”.
Sete décadas volvidas sobre a fundação desta paróquia portuguesa no interior do Estado de Massachussets, a cerca 245 quilómetros de Nova Iorque, David Costa disse à Lusa que esta terá sido a primeira paróquia portuguesa nos EUA a receber o nome de Fátima: “Agora há muitas, mas nós fomos a primeira. Antes disso, eram sempre Santos Antónios, São Joãos ou coisas assim”, descreveu o responsável, nascido e criado em Ludlow.
Our Lady of Fátima Parish (o nome desta paróquia) organiza uma festa anual como angariação de fundos, que nas últimas duas décadas se transformou num “festival conhecido por toda a Nova Inglaterra, Nova Iorque, Canadá e muito mais”.
Mais do que um “centro de encontro” de famílias lusodescendentes espalhadas pelos EUA e que combinam encontrar-se todos os anos em Ludlow, David Costa sustenta que a paróquia portuguesa “é um ponto de peregrinação”.
“Sabe, Ludlow é uma vila bem portuguesa, mas muitas vezes somos esquecidos, porque não estamos tão próximos de cidades conhecidas, como [ao contrário das comunidades portuguesas de] Fall River, New Bedford, Providence, New Jersey, Newark”, recordou o diretor da comissão de festas.
A vila de Ludlow, próxima da cidade de Springfield, em Massachusetts, é constituída por pouco mais de 20 mil habitantes e à volta de um terço desse número será de ascendência portuguesa, segundo David Costa.
Outros organizadores do festival estimam que no decurso dos quatro dias (de sexta-feira até a próxima segunda-feira), tenham passado mais de 50 mil pessoas pela Festa, embora não seja possível contar o número de visitantes, porque é um festival de entrada livre.
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