"Sempre que exista incumprimento, os tripulantes não se irão apresentar ao serviço", disse o porta-voz do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Bruno Fialho, em declarações à agência Lusa.
Na terça-feira, o porta-voz do grupo SATA, António Portugal, confirmou à Lusa que a companhia aérea açoriana recebeu um pré-aviso de greve para uma paralisação dos tripulantes de cabine de 23 a 26 de agosto convocada pelo Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).
Esse pré-aviso de greve é para a SATA Air Açores, que assegura a ligações aéreas entre as nove ilhas dos Açores, e para a Azores Airlines que faz voos de e para fora do arquipélago,
Hoje, o porta-voz do sindicato assegurou que foram enviados à empresa dois pré-avisos de greve, alegando que "qualquer trabalhador que vê o acordo da empresa e a lei a ser violada vai lutar" ou, caso contrário, "acaba numa escravidão, sem rei nem roque".
Bruno Fialho explicou que além dos "incumprimentos diários da companhia" em relação ao acordo da empresa, a greve justifica-se devido à má gestão" da companhia aérea açoriana e "à forma como trata os trabalhadores".
O porta-voz do SNPVAC especificou, por exemplo, que a SATA "não informa antecipadamente" se o tripulante está de prevenção às estadias ou não, o que "interfere em muito com a vida familiar das pessoas".
"Existe uma situação prevista no acordo da empresa que estamos de prevenção diariamente para sermos chamados em caso de irregularidade de voo. Essa prevenção, tal como existe com os médicos, policias e bombeiros, tem determinadas especificidades, porque temos que saber antecipadamente se estamos de prevenção para irmos para fora de estadia ou se é para um voo de ida e volta", afirmou.
Para o sindicato, esta situação coloca a nu a má gestão da empresa, uma vez que só acontece porque há falta de tripulantes, considerando que "a administração prefere perder milhões a cumprir o que está acordado".
Ainda na terça-feira, o PSD/Açores denunciou que a SATA "está a bloquear todos os voos de 21 a 28 de agosto", mas a companhia esclareceu que decidiu bloquear as vendas para dois antes e dois dias depois da greve de 23 e 26, para os voos que não fazem parte dos serviços mínimos, de modo a proteger os passageiros que eventualmente possam ficar afetados pela paralisação.
No entender do SNPVAC, trata-se de "mais uma manobra de publicidade para escamotear a má gestão" na empresa, sustentando que "os passageiros deveriam ter sido avisados desde 25 de julho", dia em que foi entregue o pré-aviso de greve.
Bruno Fialho disse que o sindicato "não tem agendada nenhuma reunião com a administração", mas já transmitiu à SATA e ao Governo dos Açores disponibilidade para reunir.
Os tripulantes de cabine da transportadora aérea SATA estiveram no início de junho em greve, convocada pelo SNPVAC, um mês depois de uma outra paralisação.
A Lusa tentou obter uma reação da SATA sobre o pré-aviso de greve a partir de sexta-feira, mas não foi possível até ao momento.
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