O orçamento para 2021 estima que o défice global atingirá mais de um bilião de dólares, já neste ano, antes de diminuir de forma constante para níveis mais aceitáveis, de acordo com projeções económicas consideradas otimistas, pelos analistas, citados pela imprensa norte-americana.

A proposta de Trump, com cerca de 4,8 biliões de dólares (4,4 biliões de euros) que terá de ser aprovada no Congresso, inclui gastos adicionais na defesa, sobretudo com a criação de uma nova força espacial, assim como na segurança de fronteiras, uma promessa eleitoral de 2016, que tem vindo a ser adiada.

O Governo quer ainda prolongar os cortes nas receitas de IRS, que já deviam ter expirado, e prevê uma redução de 02% nos gastos com programas domésticos, na área social, na educação e na proteção ambiental.

“O orçamento define o caminho para um futuro de continuado domínio americano e prosperidade”, comentou Trump, num texto que acompanha o documento estratégico.

“Há um otimismo que não existia antes de 63 milhões de americanos me pedirem para trabalhar para eles e drenar o pântano”, diz o Presidente nesse texto, referindo-se à sua promessa de introduzir mais transparência no sistema político de Washington.

“Durante décadas, as elites de Washington disseram-nos que os americanos não tinham outra escolha a não ser aceitar a estagnação, decadência e declínio. Provámos que estavam errados. A nossa economia está forte, de novo”, explica Trump, recuperando ideias que defendeu durante o discurso do Estado da União, proferido na passada semana, no Congresso.

As propostas de cortes na área da saúde, nas senhas de alimentação ou nos empréstimos estudantis, previstos neste orçamento, já tinham sido apresentadas em orçamentos anteriores, mas foram rejeitados pela Câmara de Representantes, mesmo quando era controlada pelos Republicanos.

Com a maioria Democrata na Câmara, desde final de 2018, e com a agenda política da líder Nancy Pelosi, muito menos hipóteses terão estas soluções de cortes.

“Mais uma vez, o Presidente mostra quão pouco valoriza a saúde, a segurança financeira e o bem-estar das famílias americanas trabalhadoras”, disse Pelosi, na noite de domingo, comentando a proposta de orçamento.

O orçamento de Trump segue uma fórmula familiar que isenta os idosos de cortes no programa de saúde Medicare, enquanto procura fazer cortes em programas de benefícios para os pobres ou programas de energia limpa e subsídios para empréstimos a estudantes.

Para a área da saúde, Trump apresenta um plano que repete a promessa de reformas no atual sistema, mas sem apresentar pormenores.

Na área militar, Trump propõe reduzir drasticamente o financiamento para operações no exterior, para economizar 567 mil milhões de dólares (cerca de 519 mil milhões de euros) em 10 anos, mas adiciona 1,5 biliões de dólares (cerca de 1,4 biliões de euros), em particular na nova área da defesa do espaço, no mesmo período, para justificar a sua lei permanente de cortes de impostos, declarada em 2017.

“Vamos ter um orçamento muito bom com um orçamento militar muito poderoso, porque não temos outra hipótese”, explica Trump, no texto que acompanha o documento de proposta.

Os analistas dizem que as estimativas se baseiam em projeções económicas muito otimistas, de 2,8% de crescimento em 2020 e de 3% de crescimento a longo prazo, quando a economia norte-americana apenas cresceu 2,1% em 2019.

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