A medida procura ser uma resposta às manifestações de protesto contra o racismo e a violência policial que se multiplicaram pelos Estados Unidos, após a morte de George Floyd, o afro-americano que morreu asfixiado sob escolta policial, em Minneapolis, no passado dia 25.

“Esses padrões (para o comportamento da polícia) serão tão elevados e rigorosos quanto for possível”, disse Trump aos jornalistas, minutos antes de assinar a ordem executiva desta medida, na Casa Branca.

Trump explicou que os novos protocolos devem incluir a proibição de estrangulamento como forma de detenção — o procedimento que provocou a morte de George Floyd e que tem sido alvo de fortes críticas.

A ordem executiva hoje assinada inclui ainda a criação de um banco de dados com o histórico de uso excessivo de força por parte das autoridades.

Trump reuniu também com familiares de afro-americanos que perderam a vida em episódios envolvendo violência policial.

“A todas as famílias afetadas, quero que saibam que todos os americanos choram ao vosso lado”, disse Trump, prometendo que as vítimas de violência policial não “terão morrido em vão”, embora não tenha feito qualquer menção ao racismo sistémico.

O Presidente norte-americano voltou a dizer que é contra o corte de fundos para as forças de segurança e criticou os autarcas de várias cidades que defendem essa hipótese, respondendo agora com incentivos aos departamentos que derem melhor resposta nos protocolos de uso de força em ações de detenção.

“Reduzir o crime e elevar os padrões não são objetivos opostos”, explicou Trump, que tem criticado os manifestantes que têm provocado distúrbios em várias cidades.

Trump definiu o seu plano como uma alternativa ao movimento de “enfraquecimento da polícia”, que ele criticou como sendo “radical e perigoso”.

“Os americanos sabem a verdade. Sem polícia, há o caos. Sem lei, há anarquia. Sem segurança, há catástrofe”, disse Trump, que assinou a ordem executiva ladeado de vários oficiais de polícia.

Ao mesmo tempo que Trump assinava esta ordem executiva, os senadores republicanos estão a preparar o seu próprio pacote de medias sobre mudanças nas práticas policiais.

Este pacote procura ser uma resposta a um conjunto de propostas que os democratas já apresentaram no Congresso, com um vasto leque de medidas para controlar a possibilidade de uso de violência por parte dos agentes.

O senador Tim Scott, da Carolina do Sul, o único republicano afro-americano no Senado, está a elaborar essas reformas, que também exclui o uso de estrangulamentos e aconselha o uso de câmaras de vídeo corporais, para registar imagens dos incidentes que envolvam polícias.

O Comité Judiciário do Senado vai realizar ainda hoje uma audiência sobre o uso de força policial, procurando ter testemunhos de líderes de movimentos de direitos civis e também de polícias.