Antes de entrar na sala, o ex-presidente voltou a atacar diante da imprensa a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, a quem chamou "muito corrupta" e "extremamente incompetente".

Depois sentou-se na sala do tribunal em frente à Arthur Engoron, juiz instrutor do caso, e na presença de um dos seus filhos, Eric Trump, James, expôs a investigação contra a empresa familiar do magnata e de dois dos seus filhos (Donald Jr e Eric), a Trump Organization.

Letitia exige dos vários acusados 250 milhões de dólares (238 milhões de euros) por danos e prejuízos e que estes sejam proibidos de voltar a dirigir uma empresa no estado de Nova Iorque.

Caso seja condenado, o magnata, que fez fortuna no setor imobiliário e nos casinos na década de 80, irá perder o controle sobre vários edifícios emblemáticos do seu grupo, como a Trump Tower, na Quinta Avenida, em Manhattan.

Esta segunda-feira, no primeiro dia de julgamento, o empresário disse que o que está a acontecer "é uma farsa" e uma "caça às bruxas". "O que acontece aqui é uma tentativa de me prejudicar nas eleições", acrescentou o antigo governante, atual favorito nas primárias republicanas, para regressar à Casa Branca no próximo ano.

O julgamento ganhou subitamente uma importância considerável na semana passada, quando o juiz aceitou como válida a investigação da promotoria que mostrou a existência de "fraude contínua" e de que o magnata e os dirigentes da sua empresa tinham "inflado" os seus ativos entre 812 milhões de dólares e 2,2 mil milhões de dólares por ano entre 2014 e 2021.

O republicano negou sempre as acusações e intensificou os seus ataques contra a procuradora democrata negra, que Trump chama de "racista", e contra Engoron, que classifica como "perturbado".