A resposta surgiu horas depois do debate a seis na RTP e de ter ouvido o líder do PS e primeiro-ministro, António Costa, a compará-la ao presidente norte-americano, no final de um debate acalorado sobre a carga fiscal: “Só há duas pessoas no mundo que pedem redução do imposto dos combustíveis: Assunção Cristas e Donald Trump”.
À porta da estação fluvial do Barreiro, distrito de Setúbal, onde fez campanha hoje de manhã, a líder centrista deu a resposta, atirando sobre dois dos parceiros da maioria de esquerda durante os últimos quatro anos, Bloco de Esquerda e PCP.
“Eu não estou nada preocupada com essas acusações e, de resto, devolvo-as aos parceiros deste governo, o Bloco de Esquerda e o PCP, que aprovaram na generalidade a proposta do CDS para retirar a sobretaxa sobre o ISP”, disse, com um sorriso.
Resumindo, Assunção Cristas considerou que a frase de António Costa acaba por ser “uma crítica aos seus parceiros de governação”.
A carga fiscal foi um dos assuntos em cima da mesa do debate, com a direita a acusar o PS de impor a maior carga fiscal de sempre aos portugueses, motivando conversas bilaterais e a subida de tom entre Costa e Cristas e Costa e Rui Rio, líder do PSD. Esta conversa paralela terminou com o líder socialista a concluir que “só há duas pessoas no mundo que pedem redução do imposto dos combustíveis: Assunção Cristas e Donald Trump”.
CDS faz campanha no Barreiro entre passageiros apressados para o barco
Assunção Cristas atravessou hoje o Tejo de barco até à estação fluvial do Barreiro, Setúbal, zona tradicionalmente de esquerda, para distribuir panfletos do CDS a defender a abertura da travessia a operadores.
Foram cerca de 30 minutos de campanha para as legislativas, em que, no final da hora de ponta, entre 08:45 e as 09:15, a líder do CDS andou a distribuir panfletos a favor do alargamento do Metro até Almada e pela abertura da travessia do Tejo a novos operadores, acompanhada pelo cabeça de lista de Setúbal e líder parlamentar, Nuno Magalhães.
Cristas e Magalhães esforçavam-se por entregar os panfletos a quem, em passo de corrida ou até a correr, tentava apanhar o próximo barco para Lisboa. No meio da azáfama, uns recebiam o papel, outros, menos, recusavam, e poucos foram os que ficaram à conversa.
E essa azáfama, causada por as pessoas terem medo de perder os barcos, que se atrasam, relaciona-se, segundo a líder centrista, com o principal problema deste serviço de transporte que liga Barreiro e Lisboa: “O que existe é mau e não satisfaz as pessoas das duas margens do rio.”
Daí que o CDS proponha, no seu programa eleitoral, a abertura a novos operadores da travessia do Tejo, que é agora assegurada pela Transtejo e Soflusa.
Assunção Cristas cita “relatos muito críticos” por causa dos atrasos nos barcos e lembra o caso de uma pessoa que, há alguns meses, se queixou de ter perdido “uma oportunidade de trabalho” porque vivia no Barreiro e o patrão lhe disse que não podia “arriscar faltas ao trabalho” não se conseguisse atravessar o Tejo.
O que o CDS está a exigir, afirmou, é que o Governo “faça investimentos para que estes serviços funcionem em benefício das populações”, afirmando que a abertura da travessia do Tejo a novos operadores “poderá ter um grande benefício das pessoas”.
Sejam empresas privadas ou públicas, admitiu, o “mais importante” para as pessoas “é que tenham o serviço”.
“O problema é quando as pessoas não têm [o serviço] e o que existe é mau e não satisfaz as pessoas das duas margens do rio”, afirmou.
Eram cerca das 09:15, e cada vez menos pessoas saiam dos autocarros e dos comboios e a caravana de Cristas já se preparava para sair, em direção a Setúbal, para a líder centrista participar no Fórum TSF, num dia que terminará a Norte, com um jantar em Famalicão, Braga.
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