Único dirigente da União Europeia que manteve relações estreitas com o Kremlin apesar da invasão russa à Ucrânia, Orbán reuniu-se na última sexta-feira com o candidato republicano na Flórida.

"Trump tem uma visão muito clara, da qual é difícil discordar. Ele diz: em primeiro lugar, não vai dar nem um cêntimo para a guerra entre Ucrânia e Rússia" se regressar à Casa Branca, afirmou o dirigente de extrema-direita no domingo à emissora pública M1.

"Se os americanos não entregarem dinheiro, os europeus não poderão financiar sozinhos essa guerra e assim ela acabará. É evidente que a Ucrânia não pode consegui-lo com meios próprios", acrescentou.

O bilionário tem "planos bastante precisos sobre a forma" de se conseguir a paz, indicou Orbán. Procurada pela AFP, a equipa de Trump não fez qualquer comentário.

Em entrevista ao canal CNBC, o político americano retribuiu hoje os elogios de Orbán, o qual descreveu como “um homem duro”. Trump afirmou que o líder húngaro acredita que a Rússia não teria invadido a Ucrânia se ele fosse o presidente.

Orbán, que reuniu com o presidente russo, Vladimir Putin, em setembro de 2023, rejeita enviar qualquer apoio militar à Ucrânia e faz pedidos regulares para um cessar fogo, convencido de que Kiev não poderá ganhar a disputa.

Trump, por sua vez, pressiona para que seja bloqueada no Congresso uma ajuda de 60 mil milhões de dólares a Kiev defendida pelo presidente Joe Biden, que reiterou hoje as suas críticas ao republicano por ter reunido com Orbán. Na semana passada, Biden acusou Trump de “curvar-se” a Putin.