"Exijo aqui, e amanhã fá-lo-ei oficialmente, que o Departamento de Justiça investigue se o FBI infiltrou ou vigiou a campanha Trump com fins políticos — e se essa solicitação foi feita por alguém da administração Obama", escreveu o Presidente dos Estados Unidos no Twitter.

As suspeitas levantadas por Trump acontecem numa altura em que aumenta a pressão da investigação sobre a suposta interferência da Rússia nas presidenciais de 2016, favorecendo Trump face à democrata Hillary Clinton.

Um painel do senado norte-americano concluiu a 16 de maio que Vladimir Putin terá mesmo interferido nas eleições dos Estados Unidos que deram a vitória a Donald Trump. Esta não é a primeira investigação ao alegado envolvimento russo nas eleições que deram a vitória ao atual presidente dos Estados Unidos. E nem todas concluíram a mesma coisa.

Agora, segundo a imprensa norte-americana, sabe-se que o FBI enviou um professor norte-americano radicado na Grã-Bretanha para falar com assessores de campanha de Trump em 2016. O jornal The New York Times descreveu este professor como "um informante" e avançou que a Polícia Federal procurava provas de que Carter Page e George Papadopoulos, ex-assessores de Trump na campanha eleitoral, tinham contactos suspeitos com a Rússia.

Trump acusou o dito professor de ser realmente ser um agente infiltrado, possivelmente enviado pelo governo de Barack Obama para se infiltrar na sua campanha.

O Departamento de Justiça ordenou entretanto ao seu órgão de vigilância interna que analise as questões levantadas pelo presidente, o que coincidiu com uma "revisão" que já estava em curso sobre a aplicação da lei FISA (Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira), que segundo os republicanos não foi respeitada no que diz respeito à vigilância de Page.

"O Departamento solicitou ao inspetor geral que ampliasse a revisão em curso do processo de aplicação da FISA, para determinar se aconteceu alguma irregularidade ou motivação política na forma como o FBI realizou sua investigação de contrainteligência das pessoas suspeitas de envolvimento com os agentes russos que interferiram nas eleições presidenciais de 2016", afirmou a porta-voz do Departamento de Justiça, Sarah Isgur Flores, em comunicado.

Legisladores democratas acusam a Casa Branca e os republicanos de desejaram desestabilizar o procurador especial Robert Mueller, que já está há um ano a investigar o possível conluio entre Moscovo e a equipa de campanha de Trump para vencer Hillary Clinton nas eleições de 2016.

O presidente denuncia com veemência a "caça às bruxas" que, segundo ele, representa esta investigação de Mueller.