A pressão está a aumentar para procurar uma saída para o impasse, que dura há três semanas e já provocou o encerramento de vários serviços governamentais, deixando centenas de milhares de trabalhadores sem salário.
Durante uma visita a McAllen e Rio Grande, no Estado do Texas, para reforçar o que considera ser uma crise de drogas e crimes, o republicano Trump garantiu: “Declararei a emergência nacional”, num cenário em que não consiga a aprovação pela Câmara dos Representantes, dominada pelos democratas, do financiamento do muro, estimado em 5,7 mil milhões de dólares (4,9 mil milhões de euros).
Cerca de 800 mil funcionários públicos, mais de metade dos quais mantêm-se no ativo, não vão receber o cheque salarial na sexta-feira e Washington está próximo de estabelecer um novo recorde de duração de ‘shutdown’ na história do país, que se situa em 21 dias.
Estes marcos, juntamente com os efeitos crescentes nos parques nacionais, nas inspeções alimentares e no conjunto da economia, estão a incomodar cada vez mais republicanos no Congresso.
Questionado sobre a situação dos funcionários públicos que vão ficar sem salário, Trump respondeu que se sentia mal “pelas pessoas que têm familiares que foram assassinados” por criminosos que entraram na fronteira.
Donald Trump tem estado a avaliar com os advogados da Casa Branca e os seus aliados o uso dos poderes presidenciais de emergência para avançar de forma unilateral e construir o muro, independentemente das objeções do Congresso.
“Ou ganhamos (a disputa com os democratas), ou fazemos um compromisso — porque penso que um compromisso é uma vitória para todos — ou vou declarar uma emergência nacional”, afirmou Trump, antes de partir da Casa Branca para a fronteira.
Não está claro como se pode alcançar um compromisso e não há indícios que esteja algum em preparação.
Trump assegura que não reabre o governo enquanto não tiver o dinheiro para o muro. Os democratas dizem que favorecem medidas para reforçar a segurança fronteiriça, mas opõem-se ao muro.
Não há negociações em curso no congresso.
Durante a visita a um posto fronteiriço, em McAllen, Trump viu mesas cheias com pilhas de armas e estupefacientes.
Tal como quase todos os estupefacientes traficados através da fronteira, estes tinham sido apreendidos pelos agentes nos pontos oficiais de passagem de fronteira, disseram-lhe, e não nas áreas remotas para onde pretende estender o muro.
Mesmo assim, declarou: “Um muro funciona… Nada como um muro”.
Durante a estadia de Trump na zona fronteiriça, o México reagiu com desinteresse ao evento.
O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, qualificou como “assunto interno” dos EUA o tema do muro.
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