"Se tudo isto é banal, uma maioria que se desfaz a cada dificuldade, um primeiro-ministro que mente no exercício de funções, um Governo que falta à palavra, se tudo isto ocorre pacificamente, o país e as suas instituições não estão, não podem estar, a viver os seus melhores dias", acusou o deputado Filipe Anacoreta Correia.
Numa intervenção no debate que culminou com o chumbo da descida da Taxa Social Única (TSU) paga pelos empregadores, conforme acordado em concertação social, como medida de compensação pelo aumento do salário mínimo nacional, o CDS reiterou que "o contexto em que ocorre esta votação é da exclusiva responsabilidade do Governo".
Filipe Anacoreta argumentou que este é "um Governo que tem o apoio de quem lhe retira condições de cumprir a sua palavra".
"É pela primeira vez na nossa democracia que uma circunstância destas ocorre. A geringonça continua a fazer história, infelizmente, para nós, por más razões. No CDS lamentamos esta ligeireza, esta falta de rigor, esta total ausência de sentido de Estado", declarou.
Reiterando que os centristas privilegiam a concertação social e defendem um aumento de salário mínimo que seja decidido nessa sede, Filipe Anacoreta sublinhou que "o CDS é a favor de medidas que retirem custos de produção e ajudem as IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social] e a competitividade das empresas".
Filipe Anacoreta sublinhou as propostas que o CDS apresentará para compensar as empresas e as instituições sociais do chumbo da descida da TSU paga pelos empregadores.
PSD, Bloco de Esquerda, PCP e PEV revogaram hoje no parlamento o decreto do Governo que previa uma descida temporária da TSU dos empregadores em 1,25 pontos percentuais como compensação pelo aumento do salário mínimo nacional para 557 euros em 2017. CDS e PAN abstiveram-se.
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