“Sendo o mercado chinês gigantesco e o principal emissor de turistas no mundo, obviamente Cabo Verde irá trabalhar para ter essa cota parte e receber (…) os turistas chineses, recebê-los bem e ter uma oferta diferente”, afirmou, em declarações à Lusa, Fernando Cruz, à margem do encerramento do “Colóquio sobre Turismo, Convenções e Exposições para os Países de Língua Portuguesa”, em Macau.
O país africano quer “dar uma resposta rápida para que os chineses possam cada vez mais visitar as ilhas”, sublinhou, acrescentando que esse foi mesmo um dos principais temas abordados no colóquio, além de dar a conhecer a oferta “promovendo o destino de Cabo Verde”.
“Cabo Verde é um país com uma economia aberta, todos os investidores são bem-vindos. A China é um parceiro de Cabo Verde já há muitas décadas (…) com grandes investimentos em várias ilhas”, disse.
Fernando Cruz lembrou ainda o investimento feito na Universidade de Cabo Verde e outros, como por exemplo na área desenvolvimento marítimo na ilha de São Vicente.
Em relação ao investimento chinês na área do turismo, o administrador-executivo da Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde destacou que na praia da Gamboa está a crescer o maior empreendimento turístico previsto para Cabo Verde, com um investimento superior a 200 milhões de euros, estando a ser feito pelo empresário de Macau David Chow.
“Será importantíssimo para a questão da mão de obra, no sentido de dar trabalho (…), um emprego digno, um emprego qualificado, onde a Escola [de Hoteleira e Turismo de Cabo Verde] foi convidada já para participar na formação dos futuros colaboradores”, enfatizou o responsável.
O administrador executivo da Escola de Hotelaria e Turismo de Cabo Verde lembrou também que vários estudantes cabo-verdianos estão a estudar “quer em Macau, quer também na China” e “muitos são grandes quadros que já regressaram a Cabo Verde”.
Em declarações à Lusa, no dia 26 de abril, à margem da 7.ª Expo Internacional de Turismo de Macau, o diretor-geral do Turismo e Transportes de Cabo Verde, Francisco Sanches Martins, afirmou que este complexo turístico com hotel, marina, centro de convenções e casino “vai permitir incrementar mais essa ligação [com Macau e a China] com a realização do projeto” que espera estar pronto daqui a mais ou menos três anos”.
Desde 23 de abril, delegações dos oito países lusófonos estiveram reunidas em Macau para participar no “Colóquio sobre Turismo, Convenções e Exposições para os Países de Língua Portuguesa”, organizado pelo Fórum de Macau.
Outro dos destaques das duas semanas da estadia dos representantes lusófonos foi a sessão de apresentação dos produtos turísticos dos países de língua portuguesa, que decorreu na 7.ª Expo Internacional de Turismo de Macau.
Este ano, o evento contou com 835 expositores, com todos os países lusófonos presentes, e com o dobro da área de exposição de 2018, atingindo os 22.000 metros quadrados.
Em 26 de abril, cada um dos oito países lusófonos teve a oportunidade de realizar uma apresentação sobre as mais-valias turísticas que os países têm para oferecer.
Três dos pontos destacados pelos representantes lusófonos foi o reforço do intercâmbio entre as universidades, a concretização de planos ao nível da formação e as oportunidades para os países de língua portuguesa com a criação do “megamercado” da Grande Baía, uma metrópole mundial que junta nove cidades chinesas, Macau e Hong Kong, com cerca de 70 milhões de habitantes.
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