Intitulado "Turismo no Centro de Portugal: Potencialidades e Tendências", o livro reúne textos inéditos de 17 entidades da região, nomeadamente empresas, universidades e institutos politécnicos.
A obra teve coordenação de Antónia Correia, diretora da Faculdade de Turismo e Hospitalidade da Universidade Europeia, Pedro Barbas Homem, reitor da Universidade Europeia, e prefácio da secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, tendo como objetivo "definir estratégias para a valorização do centro do país como destino turístico após os incêndios florestais do ano de 2017".
"Que este livro ajude a manter a memória viva do que se passou", resumiu Pedro Barbas Homem.
Na apresentação do livro, Pedro Machado, presidente do Turismo do Centro de Portugal, revelou que "2017 foi o ano de maior crescimento de que há memória no centro", em dormidas e visitantes, apesar dos incêndios de junho e outubro, que provocaram prejuízos de milhões de euros de prejuízos, deixando mais de 100 mortos e 500 mil hectares de área ardida.
"O Centro cresceu acima da média nacional, com uns espantosos 14,7% em relação ao período homólogo do ano anterior", revelou Machado. No resto do país, a tendência foi também de crescimento, mas a taxa de crescimento rondou metade da do Centro (7,4%).
Para este comportamento do setor turístico no Centro contou o fluxo de visitantes atraídos pelas celebrações do Centenário das Aparições, no Santuário de Fátima. O acontecimento religioso permitiu ainda reforçar outra tendência dos últimos anos: a presença de turistas oriundos de novos mercados, sobretudo Brasil, Estados Unidos da América e países asiáticos, como a Coreia do Sul.
Outro dos segredos do sucesso do turismo em ano de incêndios foi o facto de as chamas terem poupado a maior parte das infraestruturas do setor. "Só houve três ou quatro perdas completas", explicou Machado.
A grande tarefa da Turismo Centro acabou por ser o combate ao sentimento de insegurança, que levou à anulação de um enorme número de reservas nos primeiros dias após os incêndios. Um combate travado com o recurso a campanhas nacionais e internacionais, que apontavam para uma diversificação do produto. Para além do sol e praia, houve uma aposta no turismo cultural e religioso que tem vindo a dar frutos, reconheceu Machado.
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