“Graças ao trabalho que fizemos”, o Turquemenistão “ainda não descobriu nenhum caso desta doença”, disse Gurbanguly Berdymukhamedov, no poder desde 2006, numa rara entrevista a um canal de televisão internacional.
O Turquemenistão, a par com a Coreia do Norte e com alguns arquipélagos isolados no Pacífico, é um dos poucos países e territórios no mundo que afirma não ter tido casos de pessoas infetadas com o novo coronavírus (SARS-Cov-2) desde o início da crise pandémica.
Mesmo assim, o país, que faz fronteira com o Cazaquistão, Usbequistão, Afeganistão e Irão, só começou a aliviar as medidas restritivas aplicadas no âmbito da pandemia em abril passado, com a reabertura de restaurantes e mesquitas.
A circulação ferroviária também voltou a funcionar, mas as viagens aéreas continuam suspensas.
Em declarações ao canal de televisão Mir, com sede em Moscovo, Gurbanguly Berdymukhamedov indicou que o Turquemenistão dispõe de duas vacinas contra a doença covid-19 desenvolvidas na Rússia, a Sputnik V e a EpiVacCorona.
A garantia do Presidente do Turquemenistão de que o país não registou qualquer infeção é encarada com desconfiança por parte de observadores e de ‘media’ turcomenos que trabalham a partir do estrangeiro.
Segundo estas fontes, um diplomata turco destacado na capital do país, Ashgabat, morreu de covid-19 no ano passado e o embaixador do Reino Unido admitiu em dezembro, através das redes sociais, que tinha contraído o vírus no Turquemenistão.
À medida que a pandemia se alastrava pelo mundo na primavera de 2020, o Turquemenistão foi um dos últimos países a permitir a presença de público em estádios.
O uso de máscaras de proteção individual para prevenir a transmissão do vírus foi desencorajado pelas autoridades durante muito tempo.
Esta posição das autoridades seria alterada após uma visita de representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) ao país em julho de 2020.
Na altura, a agência do sistema das Nações Unidas manifestou preocupação com o aumento do número de “doenças respiratórias agudas ou pneumonia” verificado no país e recomendou que as autoridades tomassem medidas “como se a doença covid-19 estivesse a circular”.
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