“A médio prazo estamos dispostos a reconstruir Gaza em colaboração com o Egito”, reconheceu o presidente turco, durante uma conferência de imprensa conjunta, na qual apoiou a posição egípcia de rejeitar a deslocação do povo palestiniano de Gaza.

“A população de Gaza não deve ser exilada. As tentativas de despovoar Gaza são inaceitáveis. Apoiamos a posição egípcia sobre este assunto. O Governo israelita deve abandonar a sua política de massacres em Rafah”, acrescentou Erdogan.

O líder turco condenou ainda o Governo israelita pela sua “política de ocupação, destruição e massacres”, reafirmando o seu compromisso com a ajuda humanitária e lembrando que o seu país transferiu “cerca de 34.000 toneladas de material humanitário para a região”.

Erdogan acrescentou que a Turquia acolheu cerca de 700 palestinianos que chegaram através do Egito para lhes oferecer tratamento médico.

Por sua vez, o presidente egípcio agradeceu a ajuda humanitária enviada pela Turquia para a Faixa de Gaza, embora lamentando que essa ajuda esteja a demorar muito para entrar no território, devido às “restrições impostas por Israel”.

Al-Sisi disse ter chegado a um acordo com Erdogan sobre a necessidade de alcançar um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e impor a tranquilidade na Cisjordânia “para retomar o processo de paz o mais rapidamente possível”, até que seja possível instituir um Estado palestiniano.

Esta foi a primeira visita que Erdogan faz ao Egito nos últimos 12 anos, depois de uma primeira aproximação a Al-Sisi durante o Campeonato do Mundo de Futebol de 2022 no Qatar, depois de uma fase de tensão entre os dois países.

O presidente egípcio lembrou que após um período de aproximação entre Cairo e Ancara, as relações comerciais e de investimento entre os dois países experimentaram um “crescimento constante” que fez do Egito “o primeiro parceiro comercial da Turquia em África”.

Erdogan concordou com esta perspetiva e referiu que o comércio deve ser “a nova locomotiva” das relações bilaterais, recordando que há investimentos em curso no valor de mais de três mil milhões de euros entre os dois países.