Para dispersar a manifestação a polícia recorreu a canhões de água e a gás lacrimogéneo, segundo um fotojornalista da agência France-Presse.
Pelo menos 47 pessoas foram identificadas e encaminhadas para autocarros da polícia, segundo ‘media’ locais.
O advogado turco Efkan Bolac anunciou no Twitter que os detidos foram interrogados pela polícia e em seguida libertados.
Uma das dirigentes do movimento, Emine Ocak, octogenária, foi uma das pessoas detidas. A mulher já tinha sido detida uma outra vez, em 1997, dois anos depois do desaparecimento de um filho, que estava sob custódia policial.
Todos os sábados, desde maio de 1995, as “Mães de sábado” (Cumatesi Anneleri em turco) juntam-se no centro da cidade de Istambul em memória de familiares desaparecidos durante um dos períodos mais tumultuosos da história da Turquia.
Nesse período estava no auge a rebelião do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) que exige a autonomia dos curdos no sudeste, conflito que fez dezenas de milhares de mortos desde 1984.
Comentando a dispersão do protesto de hoje, a diretora da organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch na Turquia, Emma Sinclair-Webb, criticou o “tratamento vergonhoso e cruel de famílias que exigem justiça para crimes cometidos pelo Estado”.
Segundo a polícia, a manifestação foi promovida nas redes sociais em contas ligadas ao PKK, ilegalizado no país, e não foi pedida autorização para o protesto.
As manifestações das “Mães de sábado” foram sistematicamente dispersadas pela polícia entre 1999 e 2009, mas a partir de então foram toleradas, embora rodeadas de um importante dispositivo policial.
A intervenção de hoje é a primeira em vários anos.
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