Em declarações aos jornalistas à margem de um encontro entre instituições da Economia Social e Solidária, no Funchal, Rita Andrade salientou que “os dados não têm oscilado”, mantendo-se na região cerca de 470 refugiados há mais de um mês.
A governante apontou que “alguns têm deixado” a Madeira, uns por dificuldades com a língua e outros que pretendiam ir para regiões mais próximas da Ucrânia.
Rita Andrade frisou, também, que a maioria dos refugiados que está na região autónoma são mulheres e crianças, questão que tem dificultado a integração no mercado de trabalho.
“Porque estas mulheres muitas vezes não têm retaguarda familiar e têm filhos a seu cargo, é mais difícil a sua integração no mercado de trabalho, até porque as necessidades que temos é na restauração, na hotelaria, que têm horários muito próprios e, portanto, este ajustamento não tem sido fácil”, justificou.
A secretária Regional referiu ainda que cerca de 30 pessoas foram integradas no mercado de trabalho pelos serviços do executivo, ressalvando que outras arranjaram emprego pelos próprios meios.
Por outro lado, 130 refugiados estão a receber o rendimento social de inserção, revelou Rita Andrade, notando que são pessoas “muito necessitadas que não tinham forma de sobrevivência imediata” na Madeira.
No final de maio, a secretária Regional da Inclusão Social e da Cidadania já tinha reconhecido a dificuldade de inserção dos refugiados ucranianos no mercado de trabalho, em parte devido à barreira da língua.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 17 milhões de pessoas de suas casas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de dez milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 16 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que está a responder com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
A ONU contabiliza mais de 5.300 mortos civis, sublinhando que os números reais deverão ser muito superiores, mas que só serão conhecidos quando houver acesso a zonas ocupadas ou sob intensos combates.
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