"Todas as partes envolvidas devem exercer moderação e evitar qualquer ação que possa alimentar as tensões", disse Zhang Jun, embaixador da China na ONU, numa reunião de emergência do Conselho de Segurança sobre a Ucrânia.

Numa rara reunião noturna do órgão mais poderoso da ONU, a maioria dos membros do Conselho de Segurança condenou a decisão do Presidente russo, Vladimir Putin, de reconhecer a independência de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia.

A secretária-geral adjunta da ONU para os Assuntos Políticos, Rosemary DiCarlo, "lamentou profundamente" a iniciativa.

"As próximas horas e [os próximos] dias serão críticos. O risco de um grande conflito é real e deve ser evitado a todo o custo", disse a norte-americana.

Vladimir Putin ordenou na segunda-feira a mobilização do Exército russo para “manutenção da paz” nos territórios separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, que reconheceu como independentes.

Putin assinou dois decretos que pedem ao Ministério da Defesa russo que “as Forças Armadas da Rússia [assumam] as funções de manutenção da paz no território” das “repúblicas populares” de Donetsk e Lugansk, de acordo com a agência de notícias France-Presse.

O anúncio de Putin gerou, de forma imediata, uma onda de condenações da parte dos principais atores internacionais implicados na crise da Ucrânia e que apoiam Kiev, nomeadamente os Estados Unidos, a NATO e a EU, assim como da Austrália, Canadá e Japão.

Nos últimos dias, o clima de tensão agravou-se ainda mais perante o aumento dos confrontos entre o exército da Ucrânia e os separatistas pró-russos no leste do país, na região do Donbass, onde a guerra entre estas duas fações se prolonga desde 2014.