Numa conferência de imprensa, o eurodeputado do Partido Popular Europeu (PPE) David McAllister, presidente da comissão de Negócios Estrangeiros, e a liberal Nathalie Loiseau, presidente da subcomissão de Segurança e Defesa, estiveram de acordo quanto à importância do diálogo com Moscovo, mas também quanto à necessidade de os 27 Estados-membros da União Europeia (UE) se mostrarem unidos.
“Espero que [Viktor] Orbán esteja totalmente consciente do que está em jogo e se cinja à mensagem de unidade da União Europeia”, sublinhou Loiseau, quando lhe perguntaram sobre a visita do primeiro-ministro húngaro ao Presidente russo, Vladimir Putin, no dia 01 de fevereiro.
A eurodeputada francesa considerou que “é bom falar” com a Rússia, mas “a questão é qual é a mensagem” que se transmite à Rússia, pelo que a UE “tem que garantir que tem a mesma mensagem”.
“O diálogo e a diplomacia com Moscovo são necessários, há muitos canais de comunicação com Moscovo e não criticamos isso. Mas temos que ser claros na nossa mensagem para Vladimir Putin e para o Kremlin de que uma agressão militar teria graves consequências”, disse McAllister.
Estes dois eurodeputados vão chefiar a delegação de oito representantes do PE que se deslocará a Kiev no próximo domingo com o intuito de aprofundar os esforços diplomáticos para apaziguar a tensão causada pelo facto de Moscovo ter, nos últimos meses, concentrado mais de 100.000 soldados ao longo da fronteira com a Ucrânia, numa visita que se prolongará até quarta-feira da próxima semana.
Neste contexto, McAllister explicou que o PE “está convicto de estar a desempenhar o seu papel na diplomacia parlamentar para comunicar a posição unida europeia e mostrar a sua solidariedade com os cidadãos ucranianos”.
O presidente da comissão de Negócios Estrangeiros sublinhou que “a urgência” desta visita tem origem na escalada do conflito promovido pela Rússia e o “uso desestabilizador” que Moscovo faz de ataques híbridos à Ucrânia e suas instituições.
No mesmo sentido, a presidente da subcomissão de Segurança e Defesa recordou os movimentos de tropas russas não só junto à fronteira com a Ucrânia, mas também na Crimeia, bem como diversas manobras militares marítimas que entende como “sinais de intimidação”.
“É difícil pensar que não são premissas de uma vontade de agressão”, observou.
Tanto McAllister como Loiseau insistiram também que, além de esgotar o diálogo e todos os canais diplomáticos possíveis para evitar a eclosão do conflito, a UE deve ter preparada uma “resposta firme”, em caso de a Rússia finalmente atacar a Ucrânia.
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