“A Rússia deixa um rasto mortal no seu caminho”, denunciou o primeiro-ministro ucraniano, Denis Shmigal, referindo-se a minas que Kiev acusa as tropas russas de terem colocado no país em 19 meses de guerra.
Shmigal descreveu as minas como “uma arma de guerra que permanece ativa muito tempo depois” de as tropas abandonarem os campos de batalha.
“E não distingue se se trata de um civil, de um soldado ou de uma criança”, afirmou, durante um fórum sobre desminagem em Kiev, citado pela agência ucraniana Ukrinform.
Shmigal disse que os parceiros internacionais da Ucrânia sabem que cerca de 174 mil quilómetros quadrados podem já ter sido minados, uma área que demorará décadas, ou “mesmo centenas de anos”, a ser desminada.
“De acordo com as estimativas do Banco Mundial, serão necessários mais de 37 mil milhões de dólares para limpar as áreas minadas”, referiu.
Segundo Shmigal, “a situação nos territórios ocupados está a piorar todos os dias”.
“Infelizmente, o inimigo mina deliberadamente as nossas cidades e aldeias, os nossos territórios, florestas e campos, causando perdas não só aos militares, mas também a milhares de civis”, afirmou, segundo a agência espanhola Europa Press.
Até agora, referiu, mais de 200 mil hectares de terras agrícolas dos 470 mil hectares identificados como prioritários foram vistoriados, enquanto cerca de 120 mil podem voltar à agricultura.
O chefe do Governo ucraniano disse ainda que já foi possível limpar 18 mil quilómetros de infraestruturas e inspecionar mais de 12 mil casas particulares para detetar eventuais ameaças.
Também apelou aos parceiros de Kiev para que continuem a ajudar a Ucrânia na desminagem e na criação de instituições e infraestruturas para tornar a cooperação nesta área mais eficaz.
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