Para todos os participantes nesta reunião de países ocidentais, cabe à Rússia “empreender iniciativas visíveis de desescalada” neste conflito, apontou, em comunicado, o gabinete de imprensa do chanceler alemão Olaf Scholz.
A videoconferência surge num momento em que Estados Unidos e países europeus parecem enfrentar algumas divergências sobre a atitude a adotar em relação à possível invasão da Rússia à Ucrânia.
Países como o Reino Unido, Estados Unidos e Austrália anunciaram a retirada de alguns diplomatas de Kiev, mas os países da União Europeia (UE) ainda não decretaram a saída de parte do seu pessoal.
Também a Alemanha esteve no centro das discussões, sendo muito criticada pela Ucrânia por se recusar a entregar armamento, mesmo defensivo, ao contrário de países como Estados Unidos, Reino Unido ou do báltico.
Na reunião, onde participaram lideres dos EUA, França, Reino Unido, Itália ou Polónia, bem como o secretário-geral da NATO, os lideres ocidentais manifestaram a sua "grande preocupação" com a movimentação das tropas russas na fronteira oriental da Ucrânia e acusaram Moscovo de estar na origem das "tensões atuais", acrescenta o comunicado divulgado por Berlim.
As partes consideram, ainda assim, que a “questão da segurança e estabilidade na Europa pode ser resolvida através de negociações".
Os países ocidentais reafirmaram ainda a “disponibilidade para continuar os esforços diplomáticos nessa direção”, que já tinham decorrido durante janeiro, com várias reuniões entre autoridades ocidentais e russas, embora sem nenhum sucesso.
Os países da NATO colocaram esta segunda-feira forças em alerta e enviaram navios e aviões de combate para reforçar a defesa na Europa Oriental contra a atividade militar russa nas fronteiras da Ucrânia, anunciou a Aliança Atlântica.
Numa declaração divulgada em Bruxelas, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), de que Portugal faz parte, deu conta do reforço de meios na região, em curso e futuros, por parte da Dinamarca, Espanha, França, Países Baixos e Estados Unidos.
O secretário da Defesa norte-americano colocou cerca de 8.500 militares em alerta máximo, prontos para serem mobilizados pela NATO, se necessário, revelou o Pentágono.
Os líderes dos países bálticos congratularam-se com a informação de que os Estados Unidos planeiam enviar milhares de militares, juntamente com aviões e navios de guerra, para os aliados da NATO no Báltico e na Europa Oriental.
Já a Comissão Europeia anunciou um pacote de ajuda de emergência à Ucrânia de 1,2 mil milhões de euros, visando manter este país “livre e soberano” e apoiar Kiev nestas “circunstâncias difíceis”, perante a ameaça russa na fronteira ucraniana.
O Kremlin acusou hoje a NATO e os Estados Unidos de “exacerbarem” as tensões ao decidirem enviar navios de guerra e caças para a Europa do Leste, num quadro de uma suposta invasão russa da Ucrânia.
“As tensões são intensificadas por anúncios e ações concretas dos Estados Unidos e da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte]”, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, aos jornalistas que lhe pediram um comentário ao envio de tropas da Aliança Atlântica.
Peskov criticou o que considerou ser uma “histeria” na Europa, depois de, nas últimas semanas, se terem multiplicado os alertas em relação a uma eventual invasão russa da Ucrânia.
A Rússia é acusada pelo Ocidente de ter reunido dezenas de milhares de soldados nas fronteiras ucranianas em preparação para um ataque.
Moscovo nega qualquer plano nesse sentido e exige garantias para a sua segurança, incluindo a rejeição da adesão da Ucrânia à NATO, o fim do alargamento da Aliança e dos destacamentos militares para a Europa de Leste, reivindicações inaceitáveis para o Ocidente.
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